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Índice de diabéticos tipo 2 no Brasil é o dobro em relação à Inglaterra, diz estudo da UFSCar

Um estudo desenvolvido por pesquisadores do Departamento de Gerontologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) revelou que o Brasil tem o dobro da prevalência de diabetes tipo 2 em pessoas acima dos 50 anos em comparação a Inglaterra.

A pesquisa foi realizada entre 2012 e 2015 e contou com a participação de mais de 7 mil pessoas, entre brasileiros e ingleses.

“A diabetes tipo 2 é aquela que em geral acomete o individuo adulto e o idoso ao longo do processo de envelhecimento. Ele pode ou não desenvolver diabetes”, explicou o pesquisador Tiago da Silva Alexandre.

Os resultados apontaram que o Brasil e a Inglaterra apresentam diferenças nas prevalências e fatores associados a três condições de saúde, sendo que a Inglaterra possui maior prevalência de pessoas na condição de pré-diabéticos, enquanto o Brasil possui maior prevalência de pessoas doentes, sejam eles diabéticos diagnosticados ou não diagnosticados.

Em números, a prevalência de pré-diabetes, diabetes não diagnosticado e diabetes diagnosticado foi de respectivamente 48,6%, 3% e 9,6% na Inglaterra e 33%, 6% e 20% no Brasil.

“Nós observamos que aqui nós tínhamos baixo nível de atividade física, a obesidade e isso também, claro, está relacionado a qualidade da alimentação. Infelizmente a gente observa que a qualidade da alimentação do brasileiro ela é um pouco pior do que a qualidade da alimentação na Inglaterra. Uma alta quantidade de alimentos com muita carga energética e baixa qualidade nutricional”, completou o pesquisador.

Diagnóstico

Há dez anos, a aposentada Sônia Dikerts foi diagnosticada com diabetes quando foi fazer uma cirurgia nos olhos.

“Eu me assustei, até chorei na hora. Falei ‘como, se eu não sinto nada?’, aí o médico me disse que ninguém sente nada, que ela [diabetes] vai atacando o organismo sem você perceber”, lembrou.

Desde então, ela toma cloridato de metformina duas vezes ao dia e fez adaptações na rotina.

“No começo, três, quatro meses foi uma mudança bem drástica. Alimentação, tudo, em primeiro lugar refrigerante, até porque não tem muita opção disso daí. Pego os remédios regularmente, passo pelo médico, faço os exames de sangue de três a quatro meses”, disse.

De acordo com o pesquisador, os resultados da pesquisa da UFSCar devem ser usados para discutir melhores políticas públicas na área da saúde.

“Sabermos quanto indivíduos diabéticos nós temos sejam eles diagnosticados ou não, ajuda você a planejar o serviço de saúde para atender adequadamente essa população”, finalizou Alexandre.

Fonte: G1

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