- Ana Clara Mariano Rodrigues – Universidade Católica de Brasília – UCB
- Luiz Sérgio Fernandes Carvalho – Universidade Católica de Brasília – UCB
- Ingridy Fátima Alves Rodrigues – Universidade Católica de Brasília – UCB
RESUMO:
INTRODUÇÃO: O envelhecimento está associado a alterações na composição corporal, incluindo o aumento da massa de gordura e a redução da massa e força muscular. Essas mudanças estão relacionadas a uma maior morbimortalidade, risco de obesidade e doenças cardiovasculares. A avaliação nutricional, especialmente através de medidas antropométricas, é essencial para identificar riscos e promover um envelhecimento ativo.
OBJETIVO: Analisar o perfil nutricional de pessoas idosas longevas e relacionar esses dados aos desfechos clínicos, observando-se a associação entre os óbitos e as morbidades típicas da idade.
MÉTODO: Realizou-se uma coorte prospectiva com coleta de dados primários e secundários. A coleta inicial de dados ocorreu entre 2016 e 2018, e a coleta de informações sobre óbitos e desfechos clínicos foi realizada entre fevereiro e abril de 2024. Foram avaliadas variáveis antropométricas, como peso, altura, circunferência abdominal (CA), circunferência da cintura (CC), relação cintura-quadril (RCQ) e índice de massa corporal (IMC). Os critérios de inclusão para participação na primeira fase de coleta de dados foram: pessoas com mais de 80 anos, inicialmente hígidas ou com doenças crônicas controladas. Os critérios para exclusão foram: indivíduos que estavam em casas de acolhimento coletivo e pessoas que adquiriram doenças debilitantes sem associação a fatores genéticos. Número do parecer do CEP: 1.185.879.
RESULTADOS: A amostra foi composta por 223 pessoas idosas (145 mulheres e 78 homens), com média de idade de 90,5 anos. Foram identificados 41 óbitos femininos e 20 masculinos. A análise dos dados mostrou que 24% dos óbitos estavam associados ao baixo peso, 8% ao sobrepeso e 18% à obesidade (Gráfico 1). O ponto de corte do IMC foi baseado na classificação da Organização Pan-Americana de Saúde. A medida da circunferência abdominal revelou que 40% das pessoas idosas falecidas tinham obesidade abdominal e 36% estavam dentro do ponto de corte, de acordo com a I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica (Gráfico 2). Para análise risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares e metabólicas foram utilizadas as variáveis CC e RCQ. Em relação a CC, foi identificado que 24% dos falecidos apresentavam risco elevado e 27% risco muito elevado. Já em relação a RCQ, 19% dos falecidos estavam acima do ponto de corte, apresentando risco (Gráficos 3 e 4).
CONCLUSÃO: Os resultados deste estudo demonstraram que as mulheres analisadas apresentaram alterações acima dos limites de avaliação antropométrica em todos os parâmetros avaliados, indicando maior risco cardiovascular e metabólico. Em contraste, as pessoas idosas com valores dentro dos parâmetros de referência eram predominantemente do sexo masculino. As medidas do IMC, da CA e CC foram indicadores relevantes de risco para doenças cardiovasculares e metabólicas, demonstrando sua importância na avaliação do prognóstico de idosos longevos.
DESCRITORES: Idoso. Antropometria. Indicadores de mortalidade. Avaliação nutricional.