No evento da Rede Geronto Pré-Imersão, os pesquisadores Francisco Zanardini (fisioterapeuta), Marcos K. Zanardini (médico) e Lucas Kobren Zanardini (médico) apresentaram um estudo inovador sobre a estimulação cognitiva em idosos por meio de atividades de dupla tarefa. O trabalho intitulado “Oficina da Memória” tem como foco a utilização de exercícios motores e cognitivos para melhorar a qualidade de vida e retardar o declínio cognitivo relacionado ao envelhecimento.
O estudo destacou a importância de proporcionar aos acadêmicos de fisioterapia experiências práticas no atendimento a idosos, permitindo-lhes vivenciar os impactos da estimulação cognitiva na memória. A pesquisa foi desenvolvida no Centro Universitário UniDomBosco e aplicada por meio de um Projeto Integrado de Extensão.
O objetivo principal do estudo foi capacitar os estudantes para o enfrentamento do declínio cognitivo nos idosos, baseando-se em evidências científicas. Além disso, buscou-se desenvolver propostas terapêuticas para a ativação da memória e analisar os impactos das práticas adotadas.
A pesquisa utilizou a metodologia 5W2H e uma revisão de literatura em bases como PubMed e Lilacs, além de livros e artigos indexados dos últimos cinco anos. A intervenção foi aplicada a 10 idosos acima de 60 anos, todos com queixas de memória. Durante quatro meses, os participantes foram submetidos a sessões semanais de 60 minutos de atividades de dupla tarefa, combinando exercícios motores e cognitivos.
Os resultados foram avaliados por meio do Mini Exame do Estado Mental (MEEM), aplicado antes e depois das intervenções. Ao final do estudo, sete participantes mantiveram seus resultados, dois apresentaram melhorias nos scores cognitivos e apenas um mostrou um leve declínio. Esses achados reforçam a importância dos estímulos cognitivos na promoção da neuroplasticidade e neurogênese, mesmo em idades avançadas.
O estudo apresentado na Rede Geronto Pré-Imersão reforçou que atividades cognitivas associadas a exercícios motores são uma ferramenta eficaz na estimulação da memória em idosos. Apesar dos resultados positivos, os pesquisadores ressaltaram a necessidade de novas investigações com uma amostra maior para consolidar as evidências e aprimorar os métodos não farmacológicos de intervenção cognitiva em idosos.
Com essa pesquisa, os autores contribuem significativamente para o avanço da fisioterapia geriátrica e para a melhoria da qualidade de vida dos idosos, abrindo caminho para novas abordagens na prevenção do declínio cognitivo.