Ao descortinar as necessidades do cuidado integral no envelhecimento, os municípios da região da Emilia-Romanha, na Itália, implementaram estratégias inovadoras de governança e conquistaram respeito e admiração mundiais. Modena, conhecida como “A Cidade Amiga da Demência”, é um desses destaques.
Em Modena, o modelo implantado pelos Centros para Distúrbios Cognitivos e Demências (CDCD) segue as diretrizes do Plano Nacional de Demências, capitaneado pela Azienda Sanitaria Locali di Modena (ASL), cujas iniciativas são focadas na abordagem multiprofissional e personalizada, passando pela integração com a comunidade e ações educacionais. O Plano Nacional conecta aspectos físicos, cognitivos e sociais, que promovem essa visão integral do cuidado geriátrico. Toda excelência técnica é aliada a ações humanizadas, centradas em assistência de emergência e domiciliar.
Numa exitosa parceria, a Rede Geronto e a Azienda Sanitaria Locale di Modena (ASL) promovem programas de formação em Geriatria e imersões no sistema de saúde italiano, que têm contribuído para a consolidação desse cuidado no Brasil.
Segundo a responsável pelos projetos de formação da ASL de Modena, Marina Turci, a demência é uma das condições médicas mais desafiadoras no contexto do envelhecimento populacional. Dessa forma, ela exige uma abordagem integral, que envolva prevenção, diagnóstico e tratamento especializado, uma vez que a média dos idosos que recebem os cuidados é de 72 anos. “O envelhecimento é palavra de ordem da saúde pública italiana. Em Modena, temos um modelo que atende as legislações do país e, em particular, das necessidades da região. assim, criamos um modelo de Geriatria Territorial, a partir da Cidade Amiga da Demência”, afirmou.
Ainda segundo Marina Turci, a cooperação entre Itália e Brasil tem impactado a formação dos profissionais, capacitando-os para o atendimento adequado ao cuidado com os idosos. “Estamos em cooperação com a Rede Geronto, com experiências imersivas de profissionais e estudantes brasileiros.
O atendimento multidimensional aos idosos mudou a percepção sobre as doenças mentais. A iniciativa foi coroada com a implementação de espaços de acolhimento, colaboração comunitária, cuidados geriátricos especializados e monitoramento da saúde física e mental. Para aqueles que necessitam de assistência diária as casas de acolhimento oferecem moradia, alimentação, higiene e cuidados médicos básicos. Atividades culturais, recreativas e culturais também estão entre as ações para um envelhecimento ativo e saudável.
Os desafios emocionais, decorrentes do envelhecimento, também exigem cuidados. Nas casas de acolhimento, o amparo psicológico é centrado nas necessidades prementes, como perda de autonomia e inclusão social, além de suporte para dores emocionais, como solidão e abandono afetivo.