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Fatores Associados à Deficiência de Vitamina B12 em Idosos com Diabetes Tipo 2

O estudo sobre a deficiência de vitamina B12 em pessoas idosas com diabetes mellitus tipo 2 (DM2) foi apresentado em um evento acadêmico da Rede Geronto pelo pesquisador Samuel Barbosa, destacando a importância da nutrição e do acompanhamento clínico no envelhecimento. Pesquisadores da Universidade de Brasília e do Centro Universitário de Brasília analisaram os fatores que contribuem para a carência dessa vitamina essencial, chamando a atenção para a necessidade de estratégias preventivas.

O envelhecimento está diretamente ligado a mudanças metabólicas que podem comprometer a absorção de nutrientes essenciais, como a vitamina B12. Essa deficiência é ainda mais preocupante entre indivíduos com DM2, especialmente aqueles que fazem uso prolongado da metformina, medicamento que pode reduzir a absorção intestinal da vitamina. Além disso, hábitos alimentares restritivos também elevam esse risco, uma vez que a principal fonte de vitamina B12 é de origem animal.

O estudo foi realizado em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do Distrito Federal, contando com a participação de 152 idosos diagnosticados com DM2. Foram coletados dados clínicos e laboratoriais, incluindo exames bioquímicos e avaliações do estado mental e emocional dos participantes. Além disso, fatores como circunferência da cintura, índice de massa corporal (IMC) e percentual de gordura corporal foram analisados por meio de densitometria óssea.

Os pesquisadores também aplicaram questionários estruturados para avaliar características sociodemográficas e hábitos de vida, buscando entender os principais fatores associados à deficiência de vitamina B12 nessa população.

Os resultados indicaram que 38,8% dos idosos avaliados apresentaram deficiência de vitamina B12. Entre os principais fatores associados, destacou-se o tabagismo, que demonstrou uma correlação significativa com a deficiência da vitamina (p=0,022). Isso ocorre porque substâncias presentes no cigarro convertem as formas ativas da vitamina em uma forma inativa, posteriormente excretada pelo organismo.

Além disso, a baixa escolaridade também foi identificada como um fator relevante (p=0,015), uma vez que pode influenciar diretamente o nível de conhecimento e a capacidade de compreensão necessários para a gestão da própria saúde. Contudo, os pesquisadores ressaltam que apenas o conhecimento sobre a importância da vitamina B12 não é suficiente para garantir mudanças de comportamento, sendo fundamental um acompanhamento individualizado e contínuo.

Curiosamente, o estudo não encontrou uma associação direta entre a deficiência de vitamina B12 e o uso de metformina, comprometimento cognitivo, sintomas depressivos, osteopenia ou osteoporose. Esses achados sugerem que outros fatores podem desempenhar um papel mais significativo na regulação dos níveis dessa vitamina.

Os pesquisadores destacam que a avaliação da deficiência de vitamina B12 deve ser feita de forma multifatorial, considerando aspectos clínicos, comportamentais e sociais. Além disso, reforçam a importância da educação em saúde e de intervenções nutricionais para minimizar os riscos e promover uma melhor qualidade de vida para idosos com DM2.

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