Palco esvaziado. Em meio ao envelhecimento da população mundial, a longevidade ficou fora dos principais debates do 11º Fórum Parlamentar do BRICS, encerrado nesta quinta-feira (05/06), em Brasília. A invisibilidade do envelhecimento saudável e ativo nas discussões reforça a urgência de políticas públicas globais.
Segundo a Diretora da Rede Internacional de Estudos e Pesquisas em Sistemas de Cuidado e Envelhecimento — Rede Geronto, Suzana Funghetto, o encontro perdeu a oportunidade ímpar para debater o tema. “Os BRICS não podem ignorar o peso estratégico que o envelhecimento populacional terá sobre nossos sistemas econômicos, sociais e de inovação. É neste espaço, que representa quase metade da humanidade, que devemos liderar a construção de um novo pacto global pela longevidade, em que o envelhecer com dignidade, autonomia e bem-estar seja um direito garantido para todos”, salientou.
Suzana Funghetto ressalta ainda que os países do BRICS representam 48,5% da população mundial, que não podem ser desprezadas. “Neste cenário, o BRICS é o local adequado para discutir o fenômeno do envelhecimento em escala global, graças à diversidade demográfica. Assim, as políticas públicas de longevidade, em sintonia com as diretrizes da Década do Envelhecimento Saudável da ONU/OMS, são essenciais para a implementação de políticas públicas inclusivas e universais”, afirmou.
Esperançosa, a diretora da Rede Geronto disse ainda esperar que o encontro em julho, no Rio de Janeiro, que receberá a cúpula do BRICS, dê visibilidade à pauta do envelhecimento saudável e ativo, negligenciada em Brasília. “É primordial que a Cúpula reforce a importância da cooperação econômica e inaugure um compromisso político e social, com a pauta da longevidade. Que possamos transformar este desafio global em um legado de inclusão, inovação e justiça geracional. A Rede Geronto está pronta a contribuir com conhecimento, evidências e parcerias para avançarmos juntos nesta agenda estratégica”, concluiu.