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Alzheimer: o que é, sintomas e tratamentos

Aos 94 anos, o cantor de jazz Tony Bennett, ganhador de 18 Grammy Awards, revelou que está com Alzheimer, doença neurodegenerativa que provoca declínio das funções cognitivas. 

A notícia surpreendeu fãs e admiradores, e foi dada juntamente por sua esposa, Susan, que revelou que o cantor apresenta perda de memória e dificuldade para reconhecer objetos.

Apesar do quadro, o cantor agora se prepara para lançar seu segundo álbum de duetos com Lady Gaga, e conta que “gravar é uma terapia”.

Bennett já está em tratamento contra a doença há cinco anos – unindo medicamentos, exercícios físicos e alimentação. E de acordo com seu médico, há áreas de seu cérebro que são resilientes e ainda estão respondendo bem.

O que é o Alzheimer?

O Alzheimer é uma doença caracterizada pela perda e/ou falha de áreas do cérebro relacionadas à memória, orientação e atenção.

O portador de Alzheimer perde gradativamente a sua noção de realidade devido à perda da memória recente. E assim, atividades que antes eram corriqueiras passam a ser grandes desafios.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), a doença de Alzheimer é o tipo mais frequente de demência — conjunto de doenças cerebrais que afetam sobretudo idosos, reduzindo gradativamente a capacidade cognitiva e provocando alterações de comportamento.

Estima-se que dos 2 milhões de pessoas com demências no Brasil, 40 a 60% delas sejam do tipo Alzheimer.

No entanto, acredita-se que esses dados ainda sejam subestimados. E isso porque muitas pessoas não recebem o diagnóstico correto, ou nem mesmo têm acesso a um diagnóstico.

Há muitas semelhanças entre o Alzheimer, outras doenças neurodegenerativas e o envelhecimento natural. Por isso, para ter certeza acerca do diagnóstico, o possível portador deve ser encaminhado a um médico. Exames de sangue, tomografia e ressonância magnética podem excluir outras possibilidades.

Quais são as causas?

Ainda não se sabe quais são as causas específicas do Alzheimer. No entanto, muitos estudos indicam uma predisposição genética para seu aparecimento.

Além disso, pesquisadores também acreditam que grande parte dos casos devem-se também a fatores de estilo de vida e ambientais, que vão comprometendo o cérebro ao longo do tempo.

Sintomas do Alzheimer

Os sintomas do Alzheimer variam dependendo do estágio da doença. Inicialmente, são observados:

  • Perda de memória recente;
  • Dificuldade para tomar decisões;
  • Mudanças no humor;
  • Dificuldade para realizar as tarefas do dia a dia;
  • Problemas na fala e esquecimento de palavras;
  • Falta de orientação espacial.

Com o passar do tempo, os sintomas podem se intensificar, a ponto da pessoa não conseguir mais realizar suas atividades de forma independente.

Alzheimer tem cura?

O Alzheimer não tem cura, mas é importante identificá-lo para que seus efeitos sejam retardados ou diminuídos. Durante o processo de avanço da doença, os neurônios que fazem a ligação e o trânsito de informações no cérebro são destruídos, e não há formas naturais ou cirúrgicas que os possam regenerar.

Entretanto, muitos pacientes podem apresentar períodos de maior estabilidade dos sintomas.

Prevenção e tratamento

No mundo todo, pesquisas vêm sendo feitas para descobrir opções de tratamento e prevenção para o Alzheimer. Aqui no Brasil, cientistas divulgaram uma pesquisa em que afirmam ter descoberto uma saída para prevenir a doença.

O estudo, que durou 7 anos, demonstrou que é possível criar uma estratégia para conter o avanço da doença. O bioquímico Sérgio Ferreira e a neurocientista Fernanda de Felice, pesquisadores da UFRJ que lideraram a pesquisa, descobriram que a irisina, uma substância produzida pelos músculos quando o corpo se exercita, tem função vital na transmissão de mensagens entre um neurônio e outro.

Os neurônios são os responsáveis pelo funcionamento do cérebro. Para que os neurônios trabalhem devidamente, as sinapses, regiões de conexão entre os neurônios, devem estar íntegras. E é aí que a irisina entra.

O que a pesquisa da UFRJ descobriu é que a irisina fortalece esse canal de transmissão, diminuindo as possibilidades de desenvolvimento da doença de Alzheimer, já que ela enfraquece a ligação entre os neurônios.

E a melhor maneira de produzir irisina no corpo é praticando exercícios físicos frequentemente. Assim, se você mantém um estilo de vida saudável, além de se proteger contra outras doenças, pode diminuir principalmente as chances de desenvolver doenças neurodegenerativas.

A importância de uma mente ativa e de uma boa alimentação

Embora a cura do Alzheimer ainda pareça estar distante, muitos estudos têm delimitado alguns fatores que parecem evitar ou retardar o aparecimento dos sintomas. E manter a mente ativa e uma boa alimentação são alguns deles.

Para funcionar a todo o vapor, o cérebro necessita de uma alimentação rica em frutas, legumes, alimentos com ômega-3 e antioxidantes que eliminam os radicais livres.

Além disso, para proteger ainda mais o cérebro, também é importante reduzir o consumo em excesso de alimentos que contenham gorduras saturadas. Assim como os excessos de açúcares em biscoitos e refrigerantes.

Mas além da alimentação, exercícios físicos, como caminhadas ou a prática de algum esporte, aumentam a qualidade da saúde física e mental, como foi demonstrado pelos pesquisadores da UFRJ. Por isso, é fundamental reservar pelo menos 15 minutos durante alguns dias da semana para realizar atividades físicas.

E além disso, atividades que estimulam a memória e mantêm o cérebro ativo, como passatempos; aprendizado de novos idiomas, e palavras-cruzadas, também têm um impacto positivo no cérebro e têm sido associados a um retardo dos sintomas do Alzheimer.

Como lidar com quem desenvolveu Alzheimer e precisa de ajuda

Além de se prevenir, também é muito importante saber como lidar com o paciente de Alzheimer, já que muitas pessoas ainda desenvolvem a doença e não têm tempo de se recuperar.

Os cuidados devem ser constantes, bem como a compreensão e o carinho que a condição inspira. Antes de qualquer coisa, é preciso informar-se sobre os cuidados necessários.

Sites na Internet como os da Abraz (Associação Brasileira de Alzheimer) reúnem um vasto repositório de informações e notícias que podem ajudar a família e cuidadores de portadores de Alzheimer a lidarem melhor com as novas rotinas que devem ser adotadas pelos familiares e amigos.

É preciso paciência, compreensão e adoção de estratégias que ajudem tanto o portador da doença quanto o cuidador. É necessário também criar rotinas que incluam atividades para o portador e pessoas ao seu redor.

A compreensão e o afeto são fundamentais para garantir melhores condições de convívio para quem enfrenta o Alzheimer.

Fonte: Revista Seleções

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