Ciclo Internacional de Eventos sobre Cuidado em Saúde nos Territórios: a atenção primária em foco.

Na manhã desta quinta-feira, dia 29 de junho de 2023, aconteceu no âmbito do evento intitulado Ciclo Internacional de Eventos sobre Cuidado em Saúde nos Territórios: a atenção primária em foco, organizado pela Rede Unida, a apresentação e discussão do projeto de pesquisa integrado multicêntrico sobre políticas públicas e envelhecimento promovido pela Rede Geronto.

Tivemos como convidados palestrantes os ilustres profissionais e pesquisadores, do Brasil da Itália e de Portugal, que atuam na área da saúde e do envelhecimento. Dentre os brasileiros estavam presentes Prof Dr. Alcindo Antônio Ferla (Rede Unida), Profa Dra. Margô Gomes de Oliveira Karnikowsli (UniSer/UnB), a Prof Dra Renata Innecco Bittencourt de Carvalho (UniCeub) e a Profa Dra Suzana Schwerz Funghetto (Rede Geronto). Dentre os convidados italianos estavam presentes a Profa Dra Maria Augusta Nicole (Universidade de Parma/Itália) e, de forma on line, o Prof Dr Andrea Fabbo (Diretor do UOC di Geriatria-Distúrbios Cognitivos e Demenciais da AUSL Modena e Referência especializada do Projeto de Demências dos serviços territoriais da Região da Emilia Romagna) e o Prof Dr Rabih Chattat (Università di Bologna. Professor titular de metodologias de intervenção nas desabilidades dos idosos e de Psicologia do Envelhecimento. Professor Titular de Psicologia em cursos de especialização em geriatria). Compartilhando as experiências oriundas de Portugal estava, também, presente a Profa Dra Liliana Rodrigues (4Humanz/Universidade do Porto).

A Profa Dra Margô ressaltou em sua fala inicial a necessidade de nos adaptarmos, de nos preparamos para a velhice e a assumirmos como uma fase real e importante da vida. Relembrou a conquista do Estatuto do Idoso, no governo do Presidente Lula, citou a conquista das Políticas Públicas de Saúde para o Idoso, de 1994, porém advertiu que ainda falta muito a se fazer para a garantia dos direitos e necessidades da pessoa idosa.

Apresentou brevemente a UniSer/ UnB que ao longo de seus dez anos de trabalho acumula diversas parcerias as quais ajudaram a consolidar esse projeto tão relevante à comunidade idosa. Atualmente existem cerca de 14 projetos em andamentos além do curso de “Educador Social em Gerontologia”. A Profa Dra Margô abordou o impacto do envelhecer na saúde das pessoas e a importância de termos um diagnóstico das realidades que envolvem o fenômeno do envelhecer usando inovações, como por exemplo a Inteligência Artificial, segunda a pesquisadora “precisamos aprender a envelhecer antes mesmo de envelhecer”.

O Prof Dr Alcindo Ferla, iniciou sua fala destacando a importância de iniciativas como as da Rede Geronto, Rede Unida e todas as iniciativas que se propõem a pesquisar e promover soluções para um envelhecimento com melhor qualidade de vida. O Prof Alcindo alertou para o fato de que o Brasil teve um crescimento exponencial da faixa etária de pessoas idosas nos últimos 50 anos, fazendo com que tenhamos muito menos tempo para adaptarmo-nos em relação a países da Europa, que já possuem 250 anos dessa adaptação cultural. O pesquisador ressaltou, ainda, que envelhecemos de formas muito diversas em nosso território e isso diz muito acerca de como agimos sobre esse entendimento.

Dessa forma, o Prof Dr Alcindo explanou sobre alguns delineamentos da pesquisa que está em andamento, a partir de Edital da Rede Geronto em vigor no presente momento, tendo como uma das ideias centrais considerar como norte da pesquisa diferentes experiências em territórios distintos a fim de que a contribuição seja maior a partir do frutífero intercâmbio de saberes, vivencias e conhecimentos. Nesse sentido, o local-global tem como premissa as diversidades fortalecidas a partir da conexão entre si.

Ainda no escopo da pesquisa que está em andamento e que se pretende avançar nos próximos meses, têm-se como um dos objetivos entender o que o envelhecimento diz sobre cada território e para cada território a fim de que possa obter dados importantes para orientação de Políticas Públicas efetivas.

O Prof Dr Alcindo finalizou sua fala inicial com uma importante reflexão ao considerar que “o problema não é que as pessoas estão envelhecendo e sim que as sociedades não aprenderam ainda o que fazer com o envelhecimento”.

A Profa Dra Maria Agusta, pesquisadora italiana, iniciou sua fala compartilhando como ela adentrou na área da saúde e do envelhecimento humano, tendo sido convidada, há alguns anos, para escrever um artigo sobre os anciões, sendo que à época, segundo ela, ainda não possuía competência especial nesta importante área, mas que a partir dos estudos e aprofundamentos em pesquisas se apropriou mais do tema. O título do trabalho que lhe fora encomendado era “Como você se torna um idoso?”. A pesquisadora destacou que esse processo é coletivo e não apenas individual da pessoa. Esse procedimento foca, também, como abordar vários aspectos da vida das pessoas e sobre esse prisma o assunto sobre o conceito de dignidade se torna um aspecto fundamental.

Além disso, segundo a supracitada pesquisadora, outro ponto importante nesse tipo de estudo é focar no aspecto estrutural de como “você vai se tornar um idoso” e como as Instituições de Cuidados vão se comunicar com esse idoso. Por exemplo, o uso de linguagem infantilizada é contraproducente.

A Profa Dra Maria Augusta relatou brevemente sobre sua pesquisa, em andamento, em um pequeno vilarejo da Emília Romagna, na Itália, onde a Rede Geronto teve a oportunidade de visitar em fevereiro de 2023. Segundo ela, esse estudo é importante pois nesta região se dá muita ênfase aos cuidados aos idosos e às Políticas Públicas para esse público especificamente. Existe um aporte financeiro significativo para os cuidados aos idosos e muitos serviços de cuidados domiciliares, por exemplo, são ofertados em toda a Itália, sobretudo na Emília Romagna.

Em São Cesário, especificamente, essa experiência tem sido implementada com contundência e a principal característica é que ela é uma articulação e mobilização da própria comunidade, pois existe uma cultura de voluntariado muito forte neste local. Assim, as ações são estruturadas por pessoas da comunidade e de forma voluntária. Esses voluntários, por sua vez, não são uma Associação propriamente dita, mas uma organização da comunidade. A análise se concentra, assim, no resultado dessa experiência. Os voluntários também são idosos além de auxiliar eles participam desse procedimento. Crianças e jovens também participam destas atividades, existe, portanto, uma ligação muito forte entre pessoas de diferentes gerações/idades. Um simples ato de cozinhas juntos, fazer um pão, cita a pesquisadora acaba por aproximar pessoas de diferentes gerações, as vezes da mesma família, bem como fortalecer vínculos afetivos e ampliar a bagagem de experiências e trocas intergeracionais.

As ações como as descritas anteriormente são realizadas em um Centro de Atividades e têm gerado testemunhos positivos entre os participantes. Observando-se que os assuntos vão para além de falar de dores e/ou doenças e percebe-se outros atravessados do ser, muitos positivos que se formam através das trocas e relações sociais.

A Prof Dra Liliana Rodrigues, do Polo de Tecnologia da Universidade do Porto, iniciou sua fala problematizando acerca do fato de que “muito o que se pesquisa morre na própria Universidade”. Tendo essa realidade em perspectiva criou-se a Rede Humanizar, uma Smart Ageing, que em suma é uma rede de idosos que acompanham todos os processos de criação de produtos e serviços de desenvolvedores, designers e pesquisadores que fazem parte desse projeto ligado a Universidade do Porto. Assim, a rede cria com eles e para eles.

Nesse sentido, o produto é desenhado pelos idosos e para eles, o idoso opina sobre sua relevância, funcionalidade e efetividade durante todo o desenvolvimento dos produtos. Assim, as produções e inovações são focadas e eficazes, pois, os idosos sabem exatamente o que funciona – ou não – para eles.

Segundo a pesquisadora os idosos participantes são muito engajados e demonstram prazer em participar e trabalhar em conjunto com os desenvolvedores de produto, principalmente quando há ações que envolvem a participação com crianças, favorecendo as trocas intergeracionais. Neste projeto os idosos sentem-se valorizados e seus saberes reconhecidos.

A Profa Dra Liliana, destaca, também, a importância da primazia do envelhecer e a importância de perceber que existem muitos idosos diferentes entre si e com características muito distintas, portanto que possuem demandas variáveis, por exemplo: nem todos terão dificuldades com literacia digital, sobretudo adultos de hoje que serão velhos em breve. No entanto, podem apresentar outros tipos de dificuldades que precisam ser avaliadas para que melhores intervenções sejam feitas a fim de saná-las.

Na segunda metade da manhã desta quinta-feira, dia 29 de junho de 2023, discorreram sobre seus trabalhos e pesquisas o Prof Dr Rabih Chattat e o Prof Dr Andrea Fabbo, ambos da Itália, de forma on line, contando com a tradução da Sra Alessandra Allegri. Por fim, tivemos também a contribuição da Prof Dra Renata Innecco Bittencourt de Carvalho.

O Prof Dr Rabih Chattat ressaltou na sua fala inicial que temos um problema a considerar quando tratamos de envelhecimento pois, segundo sua experiência a partir de seus trabalhos na Universidade de Bologna, a taxa de envelhecimento está aumentando e é cada vez maior o índice de idosos que moram sozinhos ou em casais, mas que possuem um afastamento familiar importante. Sendo significativa, também, a quantidade de pessoas idosas que precisam de ajuda e que possuem doenças crônicas.

No entanto, o professor destaca como sendo um desafio a se superar a dicotomia entre a concepção de idoso e doente, pois na prática o que se percebe, muitas vezes, por meio dessa associação é o risco de exclusão de pessoas idosas com problemas de saúde e isso, segundo ele, está na base da estigmatização da pessoa idosa pela sociedade.

Outro fator de relevância em seus trabalhos é a busca por estratégias e alternativas para que pessoas idosas com doenças crônicas possam viver bem apesar dessa condição, independentemente de alguma condição limitante. É prerrogativa em seus trabalhos buscar construir pilares na sociedade para que as pessoas idosas possam buscar apoio e adaptação social, focando como a pessoa reage e responde a esse problema. Nesse sentido, é salutar que as equipes de trabalho vejam a pessoa e não somente o paciente, devendo propiciar o protagonismo do idoso quanto as decisões acerca de sua saúde e cuidado.

O pesquisador discorreu, também, sobre os projetos que estão em andamento na Itália, dos quais faz parte, sendo o primeiro deles direcionado à construção de Centros para que os idosos recebam acolhimento, rede de apoio e cuidados, investigando como a pessoa se relaciona com outras pessoas e com seus familiares quando possuem alguma condição de saúde importante. Contudo, Dr Rabit ressalta que não se trata de uma análise propriamente de saúde e sim de análise de contexto. A assistência é focada na necessidade da pessoa e não na parte física, mas na questão relacionada a demanda mental da pessoa.

O segundo projeto se refere a um projeto de comunidade – partindo do princípio de que pequenos problemas se não forem tratados corretamente se tornarão grandes problemas. Esse projeto iniciou-se por volta de um ano atrás, em um determinado bairro da cidade, a equipe já teve contato com aproximadamente 130 idosos no intuito de resolver esses pequenos problemas. Esse trabalho de escuta e intervenção junto aos idosos reduziu significativamente a necessidade de ações maiores, por parte dos idosos, como por exemplo eles precisarem procurar o pronto socorro. Assim, percebeu-se uma mudança de foco uma vez que a equipe de profissionais foi até os idosos e não ficou esperando os idosos a procurarem. Uma preocupação constante é como abordar um determinado problema, propiciando efetivamente apoio às pessoas idosas que necessitam. 

O terceiro projeto envolve o uso da tecnologia para promover a atividade física por parte dos idosos. Desse modo, quatro ou cinco pessoas em uma casa se conectam, via internet, com um instrutor físico. Isso permitiu que pessoas que não podiam ir até esse serviço presencialmente pudessem, com esse mecanismo, obtê-lo e ainda ter a oportunidade de fazer novas amizades e conviver com seus pares etários, auxiliando a convivência social.

O Prof Dr Rabih apresentou, ainda, em sua fala, quatro pontos a serem considerados no trabalho com o público idoso. O primeiro seria o de enfocar o idoso normalmente como uma pessoa e não a partir de um problema, isso implicaria, também, o uso adequado de vocábulos designados para evocar a pessoa idosa. O segundo ponto se refere a permissão e estímulo ao idoso para que ele seja ativo e atuante em sua comunidade, focando no tratamento da pessoa humana. O terceiro ponto, diz respeito a ver o idoso como pessoa primeiramente e não ver a sua doença como se isso fosse a identidade da pessoa idosa. O quarto, e último, ponto tange acerca dos cuidados de longo prazo, ou seja, poder acolher e acompanhar a pessoa idosa não só na doença, mas em toda sua evolução. Passo a passo. Atentar para fazer o certo, aos poucos, ao longo do processo de envelhecimento, para que se possa envelhecer bem, da melhor maneira possível.

O Prof Dr Andrea Fabbo, é médico geriatra e trabalha em Modena, colabora com a região da Emília Romagna, especificamente nos trabalhos e projetos sobre demência, cognição, depressão e outras condições afins, sobretudo após os efeitos da pandemia do Coronavírus.

O Dr Andrea ressalta em sua fala inicial que ele mora e atua em uma área onde a grande parte da população tem mais de 65 anos de idade e que esta população está aumentando muito e que destas uma faixa significativa é composta de pessoas com mais de 85 anos, sendo que muitas possuem problemas de demência. Segundo ele, problemas de cognição, muitas vezes, são provocados e/ou agravados por fatores comportamentais, como por exemplo problemas derivados do isolamento social. Existem muitos idosos vivendo em regiões de montanhas ou planícies, na região rural onde há poucos habitantes.

Os pesquisadores têm se debruçado para responder como a sociedade pode se organizar a fim de responder essa questão? Nesse sentido, há um trabalho sendo realizado que envolve neurologistas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, dentre outros, em Centros de Atendimento. Como funciona? Se um idoso tem problemas dessa ordem é encaminhado seja pelo seu médico habitual, seja pelo médico do Centro ou mesmo do hospital. É realizado um trabalho a partir de uma equipe multidisciplinar para atender o idoso. Assim, se faz diagnóstico e terapia, não com foco em farmacologia, que seria a menos indicada, mas com foco em intervenções multidisciplinares, conforme a necessidade do idoso.

Portanto, é realizado o trabalho de intervenção psicossocial, como o de intervenções de estimulação cognitiva, e em grupo, conduzidas por profissionais especialistas na área de neuropsicologia. Além disso, também são enviados terapeutas ocupacionais à casa do idoso. Os profissionais fazem a verificação do contexto familiar, com quem vivem, como vivem esses idosos e orientam os familiares e/ou cuidador para melhor proceder com o idoso. Caso o cuidador esteja com demandas excessivas e apresente estresse ele também receberá ajuda e orientação sobre como se adaptar a fim de amenizar e sanar esse problema. Porventura, se o idoso apresentar problemas comportamentais mais graves, como agressividade excessiva ou insônia, por exemplo, também será ofertado a possibilidade de internação para tratamento, não em hospital, mas no Centro Especializado no intuito dele receber intervenção efetiva. O Dr Andrea relatou, também, que no Centro supracitado o idoso tem a possibilidade de ficar durante o dia e receber atividades, caso o familiar não possa estar presente com ele em casa diuturnamente. Para todos esses serviços o Estado dá uma contribuição financeira para que possa ser despendido todo esse trabalho junto ao idoso. Os profissionais do Centro fazem treinamento para que voluntários possam promover atividades físicas, culinárias, literárias etc. Existe atualmente mais de 300 voluntários neste projeto que tem como principal objetivo prevenir a chegada e o agravamento da doença. Há o interesse e demanda em ampliar essa iniciativa para muitas outras cidades.

Por fim, o Dr Andrea compartilhou outra experiência de sucesso sendo o projeto “Comunidade amiga da demência”, que prevê ações de sensibilização e informação da comunidade sobre o tema. Esse projeto inclui a participação ativa de muitas profissões e escolas da comunidade. Na Prefeitura de Modena já há nove Centros já consolidados. Esses Centros já começaram a atuar em parceria com hospitais a fim de auxiliá-los a trabalhar com essas pessoas idosas com demência, tendo como foco a pessoa e não somente a demência.

A Profa Dra Renata Innecco Bittencourt de Carvalho, é psicanalista e pesquisadora na área da Educação, atua na UniCeub, e compartilhou alguns aspectos e alguns desafios enfrentados em um Projeto de pesquisa na área do envelhecimento intitulado “Aprendendo Sempre”, de 2018. O referido projeto possuía quatro eixos principais, sendo eles: Como trazer os idosos para a Universidade e propiciar o envolvimento social com jovens voluntários; Como aprender a se conectar; Reciclagem (como aprender a se reinventar profissionalmente) e Aprender a aprender de forma prazerosa, a partir da participação em eventos culturais, dentre outros.

Alguns resultados dessa pesquisa foi o conhecimento de que muitos idosos sustentavam toda sua família com o recurso da sua aposentaria. Além disso, a Prof Renata ressaltou que o projeto enfrentou um grande desafio ligado ao imaginário social pejorativo da velhice, como se os idosos não pudessem sonhar algo novo para si próprios. Houve poca adesão à época no projeto, os pesquisadores consideraram diversos fatores para a baixa participação desse público e/ou evasão, tais como os de ordem financeira e/ ou logística, de transporte. Problematizou, e indagou aos outros convidados, acerca de que como podemos pensar formas de se trazer esse público para participar de iniciativas/projetos como o relatado?

Profa Dra Maria Augusta pontuou que, na Itália, existe uma cultura de voluntariado já consolidada, que acaba por configurar uma realidade um pouco diferente da do Brasil. Prof Dr Alcindo ressaltou que existe uma diferença cultural sobre a concepção de voluntariado no Brasil e na Itália. Segundo ele, no Brasil, muitas vezes, o voluntariado está ligado a filantropia, já na Itália, pela sua experiência nesse país, este está ligado a uma perspectiva de cidadania. Já a Prof Dra Margô, fundadora e coordenadora da UniSer, compartilhou que também enfrentou dificuldades no início da criação do projeto da UniSer, pois muitos estudantes evadiam, pois pensavam equivocadamente que o projeto se tratava de curso de graduação. No entanto, ao longo de seus dez anos de existência, foram conquistando um espaço como um lugar de aprendizado, sobretudo pelos estudantes sentirem-se parte de algo, de uma coletividade.

Outro ponto abordado, pela professora Margô e professora Renata, foi a questão da violência contra o idoso, seja ela física, patrimonial, sexual, psicológica dentre outras.

Professora Margô ponderou que para existir Políticas Públicas para o idoso é necessário, primeiro, que venhamos a “assumir a velhice na nossa sociedade e desmitificar a velhice como uma entidade espiritual.”

Professor Alcindo, em sua fala final destacou a “necessidade da participação ativa e escuta atenta dos Sistemas de Saúde, não apenas como instrumento de retórica.” Segundo ele é salutar que consideremos que não envelhecemos iguais, há muitos tipos de envelhecimentos e temos que conhecer e abarcar a todos em nossas pesquisas, Políticas e intervenções.

Profa Dra Suzana Funghetto, fundadora da Rede Geronto e sua presidente, destacou, em sua mediação, a relevância de momentos de trocas de conhecimentos entre os países e o papel das Instituições de educação superior e os serviços de saúde. Apresentou algumas características da pesquisa multicêntrica desenvolvida pela Rede Geronto, estando esta organizada em três eixos centrais, a saber: Saúde (Violência, dentre outras); Educação ao Longo da Vida (Inovação e uso das tecnologias pelo idoso e Inteligência artificial) e Políticas Públicas (a partir de perspectivas de diferentes países).

A professora Suzana informou, ainda, que em julho haverá uma reunião com todos os interessados em participar dessa pesquisa multicêntrica promovida pela Rede Geronto e um evento a ser realizado em outubro na área do envelhecimento humano, para o qual todos já estão convidados a participar. Finalizando os trabalhos da manhã, a Profa Suzana agradeceu a todos os envolvidos no evento, palestrantes convidados, Instituições parceiras, participantes e colaboradores.

Por Priscila Fonseca Bulhões – Rede Geronto

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