O envelhecimento da população brasileira aumentará a demanda por recursos para os serviços de saúde em R$ 67,2 bilhões entre 2024 e 2034, segundo a Secretaria do Tesouro Nacional. Essa estimativa está incluída no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2025, enviado ao Congresso Nacional em abril.
De acordo com o órgão, a estimativa baseia-se nas necessidades de recursos em duas áreas de despesas do orçamento:
– Assistência farmacêutica, incluindo o programa Farmácia Popular;
– Atenção de Média e Alta Complexidade, que engloba atendimentos hospitalares e ambulatoriais.
Os dados do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados em 2023, revelam que o Brasil teve um aumento expressivo (57,4%) no número de idosos entre 2010 e 2022. O IBGE avaliou, na ocasião, que os resultados confirmam a “mudança gradual no formato da pirâmide etária”. A base, representando as crianças, tende a ficar cada vez mais estreita, enquanto o topo, representando os idosos, deve continuar se alargando.
Segundo informações do Ministério da Previdência Social, incluídas na LDO 2025, o processo de envelhecimento populacional é explicado por dois fenômenos: o aumento da expectativa de vida e a redução da taxa de fecundidade.
“O aumento da expectativa de vida e de sobrevida em idades avançadas da população está relacionado a avanços nas condições gerais de vida, destacando-se a ampliação no acesso a serviços de saúde, bem como nos avanços tecnológicos desses serviços os investimentos em saneamento e educação e a ampliação do nível geral de renda da população”, diz o projeto da LDO.
De acordo com o Tesouro Nacional, as ações de assistência farmacêutica e de atenção de média e alta complexidade (atendimentos hospitalares e ambulatoriais) estão previstas em R$ 100,3 bilhões para este ano, representando um aumento significativo em comparação com 2023, quando foram de R$ 84,3 bilhões.
Apesar de o governo ter identificado a necessidade de R$ 67 bilhões adicionais para a saúde nos próximos dez anos devido ao envelhecimento populacional, a equipe econômica propõe discutir mudanças no piso de gastos mínimos para saúde e educação.
Caso essa mudança ocorra, essas áreas podem deixar de receber até R$ 504 bilhões entre 2025 e 2033, conforme números oficiais. Este cálculo, baseado em simulações feitas pelo Tesouro Nacional, está detalhado no relatório de projeções fiscais divulgado em abril.
Fonte: G1/Economia
Por Juliana Mucury