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O Bem Viver e o Bem Morrer: Baralho, Death Café e Ações de Acolhimento

  • Amanda Simões Souza – Universidade de Brasília
  • Wesley Silva Brito Coimbra – Escola da Magistratura Federal do Paraná

RESUMO:

INTRODUÇÃO: Desde o nascimento, a única e absoluta certeza é a morte. Entretanto, para a maioria da população brasileira atual, esse fenômeno natural encontra-se dissociado da vida. A negação e o silenciamento sobre a morte; o afastamento da morte e do processo de morrer dos lares e das famílias e a ausência do manejo do luto, são quadros que podem reforçar o tabu e o medo da morte. Preceitos constitucionais – Art. 227 – trazem como dever de todos assegurar o direito à vida, à saúde, à educação, à dignidade, ao respeito, à cultura. Assim, a análise sobre a morte, o processo de morrer e de luto configura- se como uma responsabilidade social em fomento da dignidade humana, devendo ser uma política de desenvolvimento humano, como valor da nação. Dessa maneira, tecnologias educacionais e ações de acolhimento podem contribuir para a apropriação de temas transversais, sobre o bem viver e o bem morrer, por parte dos seres viventes. 

OBJETIVO: Descrever os resultados parciais de estudo metodológico, que visa validar um baralho sobre o viver e o morrer; observar o comportamento de pessoas diante de temas transversais ao binômio vida e morte, através de encontros de Death Cafe; acolher e educar a comunidade por meio de Rodas de Reflexão sobre Lutos em Vida e Lutos em Morte. 

MÉTODO: Nota prévia de estudo metodológico qualitativo, que contemplou a construção do Baralho sobre O Viver e O Morrer – 40 cartas de baralho, confeccionadas no Programa Canva®, abrangendo perguntas, ações e cartas-livre a serem preenchidas pelos jogadores; a promoção e criação do Death Café UnB – Diálogo sobre a Morte, espaço livre, seguro e acolhedor para o encontro de pessoas que desejam compartilhar sobre a Morte com o intuito de refletir sobre a transitoriedade da vida e aproveitá- la ao máximo cada minuto; e a elaboração do projeto Nutre Ciclo – Nutrição dos Ciclos da Vida e da Morte, por intermédio de Rodas de Reflexão sobre Lutos em Vida e Lutos em Morte. 

RESULTADOS: A ferramenta de gamificação construída – Baralho sobre o viver e o morrer – foi apresentada, em outubro de 2023, para um grupo de Doulas da Morte do Instituto AmorTser -Tecendo amor pelo ser até o fim. Foi manifestado que o baralho possui o potencial de qualificar e facilitar os processos dialógicos com as pessoas sob seus cuidados bem como levar à autorreflexão sobre o assunto. Em julho de 2024, foi experienciado com pessoas que se encontravam no Parque Ecológico Ezechias Heringer, localizado no Guará II, Distrito Federal. Foi reportado que o jogo causou reações e emoções diversas de interesse, apreciação, surpresa e medo durante o jogo; e que propiciou reflexões profundas e relevantes na qualidade de ser humano. O 1º Death Café UnB, divulgado na página do Instagram @deathcafeunb, ocorreu em julho de 2024, com a participação da comunidade interna e público externo à Universidade de Brasília. No encontro foram partilhados relatos de experiências íntimas como Experiência Quase Morte-EQM; Lutos Não Reconhecidos – luto pet; a Morte de familiares sob o olhar daqueles que ficam; a ideia de Luto Atemporal, Singular e Individual; o Medo e Tabu da Morte, a Morte como Processo Natural, a Vontade e o Propósito de Viver e a Plenitude da Vida. O projeto Nutre Ciclo foi apresentado para a Direção da Diretoria de Atenção à Saúde da Comunidade Universitária – DASU | UnB em maio de 2024. Foi ponderado que essa ação de acolhimento pode auxiliar a comunidade universitária no reconhecimento e validação do processo de luto, em busca da reconstrução de identidade de enlutados, redução de sofrimento e aumento de bem estar e qualidade de vida desses sujeitos. 

CONCLUSÃO: Estima-se que o Baralho sobre o Viver e o Morrer contribua para o aperfeiçoamento do trabalho das Doulas da Morte, profissionais de saúde e de educação, perante a Vida e a Morte, o Viver e o Morrer. Nesse sentido, o Baralho, o Death Café e a Ação de Acolhimento ao proporcionarem uma reflexão amorosa, um diálogo aberto e um acolhimento compassivo, podem colaborar para a quebra do paradigma da morte como tabu e aproximá-la da vida, levando o ser humano a busca pelo estado de presença em cada momento de vida, o que é fundamental para se possa aproveitar ao máximo cada minuto. 

DESCRITORES: Morte; Medo; Tabu; Vida; Doulas; Tecnologia Educacional; Ação Comunitária; Acolhimento; Educação em Saúde; Saúde da Comunidade; Qualidade de Vida.


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