- Rafaella Carvalho da Silva – Universidade de Brasília – PPGCTS
- Viviane Lovatto, Bruna da Silva Sousa – Universidade de Brasília – PPGCTS
- Vera Regina Fernandes da Silva Marães – Universidade de Brasília – PPGCTS
RESUMO:
INTRODUÇÃO: A insuficiência renal em seus estágios finais configura um importante problema de saúde púbica, tendo o sedentarismo como um fator determinante para a morbimortalidade dessa população. O transplante renal caracteriza-se como a opção terapêutica de melhor prognóstico para o paciente com insuficiência renal,estando associada às melhores taxas de sobrevida, qualidade de vida e tolerância ao exercício quando comparado a pacientes que permanecem em diálise. Porém apesar da possibilidade de melhora, pacientes transplantados ainda permanecem, em sua grande maioria, inseridos em estilos de vida sedentários. Por esse motivo, apesar de o TR proporcionar redução no risco de eventos cardiovasculares, a taxa de mortalidade por disfunções cardiovasculares permanece expressivamente maior quando comparadas à população geral. Mesmo após o transplante, o ganho de peso, obesidade, diabetes, hipertensão e síndrome metabólica permanecem predominantes nesse grupo estando associadas a desfechos funcionais negativos como a perda de massa muscular, intolerância aos esforços, redução na participação social e consequentemente na qualidade de vida.
OBJETIVO: Considerando que o treinamento físico realizado por meio de tele-exercício, pode contribuir para uma melhor qualidade de vida em transplantados renais. O objetivo do presente estudo é apresentar o modelo de protocolo de intervenção utilizando a ferramenta de telereabilitação como opção terapêutica ao treinamento presencial.
MÉTODO: Trata-se de um ensaio clínico randomizado com dois grupos de transplantados renais que realizarão um programa de exercício. O recrutamento de participantes será realizado por meio de veículos digitais e grupos sociais de transplantados residentes nas diferentes regiões do Distrito Federal e do entorno. Indivíduos transplantados renais serão alocados em dois grupos de intervenção distintos, sendo um deles conduzido de maneira presencial (GP) e o outro em modo remoto por meio de videochamada (GR). O programa de treinamento físico ocorrerá com uma frequência de 03x/semana com duração de 12 semanas. Variáveis demográficas, antropométricas, funcionais e nível de atividade física e a VFC serão avaliadas previamente à data de início do programa de intervenção e imediatamente após seu término. Informações a respeito da adesão ao treinamento, abandono e nível de atividade física mantido após o fim do treinamento também serão investigadas. Além das avaliações iniciais e finais, para determinar os efeitos da intervenção ao longo do tempo, comparações intra e intergrupo serão realizadas na 6ª semana de treinamento e também 6 semanas após o fim do programa.
RESULTADOS: Com os participantes elegíveis, espera-se verificar se o programa de exercício físico em indivíduos transplantados renais é capaz de promover melhoras significativas em sua função física, funcionalidade e modulação autonômica cardíaca; investigar se existe superioridade nos efeitos obtidos pelo atendimento conduzido de maneira presencial em comparação ao realizado de maneira remota; identificar os fatores influenciadores para a adesão ou abandono do programa e o nível de atividade física mantido após o seu fim. A hipótese é que o programa de exercícios oferecido de maneira online pode proporcionar ganhos na força muscular semelhantes ao treino conduzido de maneira presencial.
CONCLUSÃO: Espera-se uma maior taxa de adesão em relação ao grupo telereabilitação, e acredita-se que os efeitos positivos sobre a saúde física, minimizando os resultados deletérios causados pela inatividade, estejam presentes nos participantes dos dois grupos.
DESCRITORES: Transplante Renal, Exercício, Telereabilitação, Fisioterapia.