- Bruna da Sila Sousa – Universidade de Brasília
- Andréia de Amorim – Universidade de Brasília
- Camila Leal Cardoso – Universidade de Brasília
- Erli Neuhauss – Universidade de Brasília
- Rafaella Carvalho da Silva – Universidade de Brasília
- Viviane Lovatto – Universidade de Brasília
- Vera Regina Fernandes da Silva Marães – Universidade de Brasília
RESUMO:
INTRODUÇÃO: O processo de envelhecimento está frequentemente associado ao surgimento de doenças crônicas. Nos últimos anos, observou-se crescimento na incidência de doenças sexualmente transmissíveis entre idosos, bem como no uso de medicamentos estimulantes sexuais. Este aumento está intimamente relacionado à busca pelo prazer sexual, e o uso indiscriminado de estimulantes sexuais pode impactar diretamente no funcionamento do sistema cardiovascular. Embora o Ministério da Saúde esteja implementando campanhas preventivas para informar os riscos de doenças sexualmente transmissíveis, tais iniciativas carecem de abordagem que contemple os riscos aos sistemas corporais. OBJETIVO: Evidenciar e analisar a relevância da discussão sobre a sexualidade na população de idosos, com especial atenção aos impactos no sistema cardiovascular e à necessidade de abordagens em campanhas públicas.
MÉTODO: Trata-se de um revisão da literatura realizada nas plataformas de pesquisa Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (BIREME) e Scientific Electronic Library Online (SciELO) com as seguintes palavras “idoso”, “doenças cardiovasculares”, “disfunção erétil” e “automedicação”. Como critérios de elegibilidade foram adotados os artigos publicados nos últimos cinco anos, na língua inglesa e portuguesa e que retratam o uso indevido de medicamentos e sem prescrição médica para a estimulação sexual. Foram encontrados 34 artigos, destes cinco foram excluídos por duplicidade, e 10 por não apresentarem relação com danos cardiovasculares diretos. Após a leitura dos títulos e resumos (34 artigos encontrados), foram incluídos 19 artigos para a análise do texto na íntegra.
RESULTADOS: Os medicamentos estimulantes sexuais configuram-se como ferramentas facilitadoras do ato sexual e da obtenção de prazer. No entanto, seu uso não deve ser combinado com medicamentos para hipertensão, doença de Parkinson, doenças articulares e incontinência urinária sem uma prescrição criteriosa e uma análise minuciosa dos riscos dessas associações. Vale destacar que alguns idosos sentem constrangimento para solicitar a medicação ao médico, assim recorrem ao uso indiscriminado desses estimulantes, contribuindo para o desenvolvi-mento de arritmias cardíacas, hipertensão, dependência psicológica e, em casos mais graves, infarto agudo do miocárdio durante ou após o ato sexual. As campanhas públicas não abordam adequadamente os riscos associados ao uso destes medicamentos sem orientação e a combinação sem conhecimento prévio, além disso, não são acessíveis, o que impacta negativamente na saúde dos idosos e a conscientização sobre os perigos da automedicação.
CONCLUSÃO: Portanto, é viável considerar a sexualidade dos idosos na formulação de políticas públicas e campanhas de saúde, pois o ato sexual, quando realizado com imprudência, está relacionado a possíveis doenças e aumento do risco cardiovascular. Assim, é fundamental que os profissionais da saúde enfatizem a importância dos cuidados ao sistema cardiovascular e as repercussões negativas que a automedicação pode acarretar.
DESCRITORES: Sexualidade, Homens, Estimulantes Sexuais, Doenças Cardiovasculares.