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O impacto da tecnologia na qualidade de vida de pessoas idosas: um estudo da Rede Geronto

  • Suzana Schwerz Funghetto
  • Silvana Schwerz Funghetto
  • Yuri Gustavo Sousa Barbalho
  • João Pedro Funghetto Brum
  • Maria Vitória Oliveira Damasceno dos Santos
  • Valentina Delella Teixeira

RESUMO:

INTRODUÇÃO: A sociedade contemporânea enfrenta uma das transformações demográficas mais marcantes da história: o envelhecimento populacional. O aumento da expectativa de vida e as baixas taxas de natalidade têm transformado a pirâmide etária global, gerando uma população cada vez mais longeva. Com a projeção de que a população acima de 65 anos dobrará até 2050, atingindo 1,6 bilhão de pessoas, conforme dados da ONU, surge a necessidade de preparar indivíduos e sistemas para essa nova realidade. Esse fenômeno traz à tona a discussão de estratégias que promovam um envelhecimento ativo, com foco na autonomia, saúde e integração social. A pandemia de COVID-19 intensificou o uso de tecnologias por diferentes faixas etárias, incluindo os idosos, que passaram a utilizar dispositivos móveis para consultas de telemedicina e comunicação com familiares. 

No entanto, persistem barreiras significativas, como a falta de familiaridade com dispositivos digitais, custos elevados e o estigma associado ao idadismo. Este estudo da Rede Geronto busca compreender como a tecnologia pode melhorar a qualidade de vida dos idosos e identificar estratégias para superar obstáculos relacionados à inclusão digital. 

METODOLOGIA: A pesquisa foi registrada e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (parecer nº 2.197.905) e incluiu 56 participantes com idades entre 60 e 80 anos, distribuídos por todas as regiões do Brasil. A coleta de dados foi realizada por meio de um formulário online, divulgado nas redes sociais da Rede Geronto. 

Instrumentos Utilizados: eHeals (eHealth Literacy Scale): Escala Likert de oito itens, que avalia o letramento digital relacionado à saúde.

Formulário Sociodemográfico: Dados sobre idade, gênero, escolaridade, estado civil e região de residência. 

Questões sobre uso de tecnologia: Experiência com dispositivos móveis, aplicativos de saúde e interesse em ferramentas digitais. 

RESULTADOS: Os principais achados incluem: Perfil dos participantes: A maioria era feminina (62,5%), com idades entre 60-65 anos (48,2%) e alto nível de escolaridade (48,2% tinham pós-graduação). Uso de dispositivos móveis: 98,2% possuíam dispositivos móveis e 75% já haviam usado aplicativos de saúde. Interesse em aplicativos de saúde: 64,3% demonstraram interesse em utilizar aplicativos voltados à saúde, enquanto 30,4% mostraram hesitação. Temas de interesse: Os assuntos mais procurados incluíram hipertensão (29), atividade física (28), alimentação saudável (28) e memória (27). 

DISCUSSÃO: Os resultados desta pesquisa sublinham o papel crucial do letramento digital na promoção da inclusão tecnológica de idosos. Apesar de uma maioria expressiva possuir dispositivos móveis, a utilização efetiva dessas ferramentas ainda é limitada por barreiras como desconhecimento, dificuldades de navegação e o alto custo de alguns serviços. Esses fatores destacam a necessidade urgente de estratégias que facilitem a familiarização e o uso dessas tecnologias. O letramento digital vai além do simples acesso: ele envolve a capacidade de compreender, avaliar e aplicar informações em ambientes digitais. Para os idosos, essa habilidade é essencial não apenas para acessar serviços de saúde, mas também para melhorar sua qualidade de vida e promover maior independência. Iniciativas que combinam educação digital com suporte prático, como cursos de capacitação e aplicativos de fácil navegação, podem ajudar a superar esses desafios. Outro ponto relevante é o papel das políticas públicas e parcerias estratégicas. Incentivar subsídios para dispositivos móveis, promover programas de educação tecnológica e criar ferramentas inclusivas são passos fundamentais. Além disso, a colaboração entre desenvolvedores, profissionais de saúde e representantes da população idosa pode resultar em soluções mais adaptadas às suas necessidades específicas. Por fim, o combate ao idadismo é essencial para criar um ambiente onde os idosos se sintam confortáveis em explorar novas tecnologias. A promoção de campanhas de conscientização que valorizem a contribuição dessa população no uso e desenvolvimento de tecnologias pode ser transformadora. 

CONCLUSÃO: A pesquisa da Rede Geronto destaca o potencial da tecnologia para transformar a vida de pessoas idosas, promovendo autonomia, saúde e sociabilidade. No entanto, para que esse impacto seja maximizado, é essencial investir em letramento digital e adaptar ferramentas tecnológicas às necessidades e preferências dessa população. A inclusão digital deve ser vista como uma prioridade para garantir um envelhecimento digno e ativo. 

Perspectivas Futuras: para expandir os resultados da pesquisa, sugerem-se programas de capacitação digital, cursos acessíveis que ensinem habilidades básicas e avançadas em tecnologia; parcerias estratégicas – colaborações entre universidades, governos e empresas para o desenvolvimento de aplicativos intuitivos e inclusivos; e estudos longitudinais, investigar o impacto de longo prazo da tecnologia na qualidade de vida dos idosos.



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