Começos e recomeços. A capital Aracaju ganhou o Curso de Direito para quem tem 60 anos ou mais. A iniciativa é do Instituto Mariano de Estudos e Inovação (IMEI), parceiro da Rede Geronto, que mergulhou na realidade local para abraçar esse segmento, sempre em busca por conhecimento e propósito. A escolha de Aracaju deve-se ao cenário grisalho do município, uma vez que 30% da população é idosa, segundo o Censo Demográfico de 2022 (IBGE).
O Instituto Mariano de Estudos e Inovação (IMEI) é pioneiro no Brasil na iniciativa de oferecer uma faculdade, especialmente, dedicada ao público com 60 anos ou mais. O curso é vocacionado não apenas ao bacharelado, mas em criar políticas públicas para a área do envelhecimento, num mundo que amadurece a passos largos. Para essa missão os docentes estão se preparando há um ano. O Curso de Direito baseia-se no processo de aprendizagem ao longo da vida, uma iniciativa inovadora, que aposta na educação como um processo contínuo e transformador, essencial para o bem-estar e evolução pessoal e profissional, em todas as fases da vida.
Em entrevista à Rádio Jovem Pan e ao Jornal da Fan, de Aracaju, a Diretora do IMEI e da Rede Geronto, Suzana Funghetto, afirmou que o protagonismo na velhice é desafiador. “Quando estudamos a geografia do envelhecimento no país, Aracaju destacou-se pelo acelerado envelhecimento populacional e elevado número de pessoas que se aposentaram antes dos 60 anos. Assim, com o significativo aumento da expectativa de vida, o questionamento sobre o que fazer nos próximos 30 anos inspiraram essa iniciativa. A resposta vem com a possibilidade de estudar, produzir, trabalhar com a memória, promovendo o envelhecimento ativo e saudável”, afirmou, animada.
Alicerçado no chamado Saber Sênior, o Curso de Direito reconhece as histórias de vidas, os conhecimentos acumulados ao longo da existência e as contribuições da pessoa idosa. De acordo com Suzanna Funghetto, o acesso à dignidade vem sempre em primeiro plano. “Não seria justo com essas pessoas impor um vestibular tradicional. Assim, nossa proposta pedagógica passa pelo protagonismo dele. Por meio de uma entrevista, o idoso conta sua história e as habilidades são analisadas”, explica.
Com um olhar voltado para a inovação com propósito, o IMEI desenvolveu soluções pedagógicas, sociais e tecnológicas que respondem às necessidades do envelhecimento de forma criativa e assertiva. “As habilidades e competência de quem tem 60 ou mais serão trabalhadas para os estímulos pedagógicos e pessoais. Desde 2021, foi estabelecida diretriz para o curso de Direito, focada na aplicação de metodologias ativas de aprendizagem, com aulas concentradas em pequenos grupos e direcionadas à interação do aluno e que serão replicadas pelo IMEI. Nossas salas de aula são pequenas e aconchegantes para proporcionar essa interação”, afirma.
Segundo Funghetto, o Instituto vai adotar o método de imersões, no Brasil e na Europa, quando os alunos visitarão Cortes de Justiça e conhecerão de perto o funcionamento dessas casas judiciárias. A primeira imersão será em Brasília, com visitas, por exemplo, ao Supremo Tribunal Federal (STF). “Priorizamos a sustentabilidade e a responsabilidade social, alinhando nossas ações aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente quanto ao envelhecimento digno. Assim, debruçamo-nos na excelência e transformação educacional para assegurar experiências que inspirem o aprendizado permanente”, finalizou.
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