Uma revisão de estudos, publicada na revista Nature Human Behavior, e capitaneada por duas universidades do Texas (EUA) procurou resposta ao risco de declínio cognitivo da geração que está chegando à velhice e foi exposta exaustivamente à tecnologia. Em meio à busca, a surpresa: os estudos revisados, feitos em diversas partes do mundo, apontam que o ambiente digital pode ser um aliado da saúde mental nessa fase da vida.
O novo estudo sugere que, ao contrário do que muitos acreditavam, manter-se conectado pode ser saudável para o cérebro, evitando a perda de memória e outras dificuldades mentais.
A pesquisa debruçou-se sobre a chamada “hipótese da demência digital”, que sugere a perda de habilidades cognitivas ao longo da vida, resultante da dependência de dispositivos, como computadores, smartphones, internet, redes sociais e e-mails. Os pesquisadores analisaram 57 estudos, que envolverem cerca de 412 mil idosos, com mais de 50 anos, e que apontaram o uso de tecnologia associada a uma redução de 42% no risco de comprometimento cognitivo, seja leve ou demência.
O estudo poderá fortalecer a chamada “Teoria da Reserva Cognitiva”. Trata-se de conceito, originado no final da década de 1980, uma reserva neurológica suficiente para compensar danos no cérebro, como Doença de Alzheimer e outras demências.