Pesquisadores da Universidade Columbia (EUA) sugerem que o estilo de vida industrializado seja o principal responsável por inflamações crônicas do organismo e que elas não estariam associadas ao inexorável processo do envelhecimento. O estudo, publicado na revista Nature Aging, analisou dados de 2.876 – com idade entre 18 e 95 anos – de quatro países – Itália e Singapura (populações urbanas) e Malásia e Bolívia (grupos indígenas).
Os pesquisadores analisaram 19 proteínas associadas a inflamações. Eles constataram que, nos grupos de residentes urbanos os níveis de inflamação aumentaram com a idade, graças ao estilo de vida industrializado do indivíduo. Mas a mesma razão não foi atribuída aos grupos indígenas, cuja alimentação passa longe das indústrias de processamento. Para esses, os processos inflamatórios não aumentaram com a idade e eventuais problemas de inflamação estavam relacionados a infecções por parasitas, bactérias ou vírus, sem qualquer correlação com o passar dos anos.
Nos últimos anos, os estudiosos têm se debruçado sobre os processos que moldam o envelhecimento humano, dentre eles, o chamado “inflammaging”. Natural, o estado seria próprio do passar dos anos, tornando o sistema imunológico menos eficiente, resultando um estado inflamatório persistente e mais suscetível a doenças relacionadas à idade, como Alzheimer, diabetes, câncer e doenças cardiovasculares.
O estudo recente levou os pesquisadores a considerarem a ligação estreita entre o envelhecimento e o estilo de vida do indivíduo. O debate ainda está aberto. No entanto, seja um processo natural ou modo de vida, encontrar formas para o envelhecer saudável, como alimentação saudável, exercícios regulares e práticas de bem-estar mental, é indubitavelmente o caminho para viver melhor.