Um jovem brasileiro está à frente de uma equipe de cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, que busca revolucionar o tratamento de doenças relacionadas ao envelhecimento, como Alzheimer e Parkinson, diabetes e doenças cardiovasculares. O bioquímico carioca Lucas Camillo, de 26 anos, lidera testes em laboratório que identificaram um gene capaz de rejuvenescer células humanas em até dez anos. Em estágio inicial, a pesquisa – conduzida pelo laboratório ShiftBioscience e publicada na BioRxiv (servidor de acesso aberto para as ciências biológicas, que permite a pesquisadores publicarem versões preliminares de seus trabalhos) – tem o condão de dar uma guinada no tratamento das doenças degenerativas.
O grupo de 20 pesquisadores estudou mais de mil genes e, dentre eles, uma molécula capaz de rejuvenescer células. Ao reverter periodicamente o envelhecimento celular, o procedimento evitaria o surgimento de doenças e até mesmo tratá-las. O pulo do gato é a possibilidade desse rejuvenescimento celular ser feito sem risco de estímulo ao desenvolvimento de tumores, o que ocorre em abordagens desse tipo de procedimento, que inviabilizam o uso clínico em humanos. Os testes, feitos em células da pele humana, constataram também aumento na produção de colágeno.
Em 2022, um artigo de Lucas Camillo foi publicado pela revista científica “npj Aging”, especializada na área do envelhecimento. O texto discorreu sobre um biomarcador, criado por ele, com precisão inédita, capaz de medir a idade biológica de uma pessoa, a partir de qualquer tipo de substância do organismo, como sangue ou amostra de tecido. O trabalho, batizado de AltumAge, foi o primeiro passo para tratamentos de intervenção na biologia do envelhecimento. O passar do tempo é considerado pela Ciência como principal fator de risco para o desenvolvimento de muitas doenças.
A Rede Geronto, que nasceu com a missão de revolucionar o campo da gerontologia e dos estudos relacionados ao processo de senescência, celebrou os avanços das pesquisas no Reino Unido. Segundo a diretora da Rede, Suzana Funghetto, esse é um momento ímpar, que certamente, moldarão a busca pela longevidade. “Somos uma espaço colaborativo e fomentador de conhecimento e pesquisas, com foco na integração entre academia e serviços, buscando assim impacto na vida da pessoa idosa. Assim, testemunhar os avanços científicos renova nossa missão em promover estudos e pesquisas que abordam os desafios do envelhecimento”, afirmou.
A Rede Geronto busca facilitar a troca de conhecimento e experiências entre academia, organizações civis e pesquisadores de todo o mundo, fomentado o debate sobre o envelhecimento ativo e saudável e contribuindo para a consolidação de políticas públicas de longevidade.