“Economia prateada não é sobre um nicho ou segmento, mas todos nós”. A declaração é da doutora em Ciências e Tecnologias em Saúde/UnB, pesquisadora e empreendedora na área de inovação social, com trajetória dedicada ao desenvolvimento de modelos de negócios inclusivos, Aline Gomes de Oliveira. Diante de um auditório ávido por inovação, ela discorreu sobre o empreendedorismo dos 60+, em mais um painel promovido pelo II Congresso Internacional de Tecnologia e Inovação em Gerontologia (CITIG II) e o III Seminário Internacional de Inovação e Longevidade, que ocorre hoje, em São Paulo. A Rede Geronto é parceira da iniciativa, promovida pelo Centro Integrado de Ensino e Pesquisa UniSER, vinculado à Universidade de Brasília (UnB).
Segundo Aline, no Brasil, pessoas acima de 55 anos respondem por 20% de todo o consumo nacional, especialmente, nas áreas de saúde, habitação, alimentação, lazer e turismo. “Esse número vai acrescer muito até 2030, afinal, somos uma geração que está se consolidando. Nós trabalhamos em nosso ritmo, com nossa vivência e empreendemos e consumimos”, afirma.
Além do consumo prateado, o empreendedorismo dos grisalhos tem vez. Somente no ano passado, mais de 13% das novas empresas foram abertas por pessoas com mais de 55 anos. “Eles têm bagagem, visão de negócio e experiência de vida, além de uma rede de aproximação e fidelizada, feita ao longo de vários anos e em todos os lugares pelos quais passou e vive”, afirma, Aline. Ainda de acordo com a empreendedora, há quem pense que o idoso não gosta e nem quer correr risco. “Essa visão é equivocada, pois, ele é arrojado e vem com uma bagagem, um risco gerenciado, que não pode ser ignorado e, sim, respeitado e absorvido”, declara.
Segundo ela, o empreendedorismo sênior está redesenhando a economia do país ao transformar longevidade em oportunidade e inovação, graças em grande parte ao aumento da expectativa de vida e ao envelhecimento ativo e saudável. De acordo com Aline, o mercado prateado vai além de produtos confortáveis ou anatômicos para o idoso. “É muito mais do que isso. Falamos de inclusão e acessibilidade, como estratégias inovadoras de mercado”, conclui.