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Cozinha de amor, afeto e tradição

Uma pitada de ousadia, uma porção de ancestralidade e voilà! Muito sabor e encantamento. Assim é a cozinha Seichele Barbosa, convidada de mais um podcast do Imei Academy. De personalidade marcante, a pesquisadora da culinária sergipana conta sua história de amor e vocação à gastronomia, num bate-papo com o jornalista Sérgio Cursino.

O nome da chefe de cozinha foi dado pelo pai, um apaixonado por Geografia, em especial da beleza do arquipélago das Ilhas Seychelles. Desde pequena o crepitar das labaredas do fogão, os ingredientes locais, as panelas e o cheiro enebriante da comida de sua mãe fascinavam Seichele. “Sonhava em ter um restaurante para ela, que cozinha muito bem. Às vezes, tinha medo de cozinhar, pois, a minha personalidade culinária era forte, diferente. Mas sempre foi lá que minha alma se expressava, numa revelação de amor e cuidado”, afirma.

A própria história de vida da pesquisadora e a culinária se confundem. Leve, espontânea e alegre, afirma que a ancestralidade é o seu carro-chefe. Para Seichele, o alimento é uma forma de expressão de um povo que não pode ser desprezado. “Quando a gente está distante do alimento de origem, da tradição, também está de nossa cultura e essência. O alimento vai além de nutrir o corpo. O cheiro, o paladar, as sensações que atravessam espaço-tempo nos remetem à nossa avó, mãe. Essa ligação direta com nossa ancestralidade é também respeito ao passado e ao presente”.

Segundo a sergipana, as influências dos indígenas e quilombolas marcam a preparação dos seus pratos regionais. “O cominho, o coentro e as técnicas de preparo mergulham no sertão e no nosso rico litoral. Há poesia também no catar de um sururu ou ouricuri, de pegar uma piaba e transformá-la numa piaba-manteiga. Há muito conhecimento daquela senhora marisqueira, do manguezal, que conhece os ciclos da lua, da enchente, do mar, as técnicas de conservação e das curas pelo alimento”, celebra.

Os rituais gastronômicos da pesquisadora e percussora dos diálogos sobre a importância da cultura alimentar encantam quem se experimenta seus pratos autorais: “Picles de maxixe, uma quiabada com molho crocante, um creme brûlée de mangaba ou uma saburica em pó. Tudo daquilo que é nosso, com técnica do mundo. Somos resistência cultural”, brinca.

Comunicadora nata e dona do Seu Sergipe Bistrô, em Aracaju, Seichele costuma dizer que o lugar é uma casa de cultura e arte. Em 2019, ela participou do programa Mestre do Sabor, uma competição que rendeu a ela fãs de todos país.

Quer inebriar-se com esse bate-papo gostoso. Acompanhe, aqui:

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