Impulsionada pela longevidade, o mercado de trabalho 60+ é um desafio para o Brasil, um país de grisalhos que se depara com obstáculos preocupantes, como preconceito etário, ausência de políticas públicas efetivas de inclusão e de permanência nos postos de trabalho, ausência de capacitação continuada e de condições laborais adequadas.
Diante do cenário, a Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara dos Deputados promoverá, nesta quarta-feira (17/09), audiência pública para discutir os desafios e as oportunidades para trabalhadores idosos. Participarão do debate representantes dos ministérios do Trabalho e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; academia e sociedade civil.
Segundo o IBGE, no ano passado, 39,5% da população sem trabalho eram de 60+, sendo que 45,6% desse contingente não havia concluído o ensino fundamental. O mercado informal, que deixa à margem direitos trabalhistas, é outro gargalo que está na pauta do colegiado.
Comprometida com as iniciativas do envelhecimento ativo, a Rede Geronto ressalta a importância do debate, com foco na ressignificação da velhice e na promoção da intergeracionalidade. Segundo a pioneira em pesquisas voltadas à Gerontologia e diretora da Rede Geronto, Suzana Funghetto, os profissionais maduros ajudam a desconstruir estereótipos negativos sobre a idade e contribuem na construção de uma sociedade mais inclusiva. “A valorização do idoso como sujeito ativo passa pela aceitação das mudanças naturais, mas sem que sejam tão intensas a ponto de paralisar a vida. Ao contrário, a aprendizagem ao longo da vida, o planejamento de novos projetos e a continuidade do que já foi conquistado são essenciais para uma vida plena e com propósito”, afirma.
A audiência pública terá início, às 15h e pode ser acompanhada pelo Youtube da Câmara dos Deputados.