A pressão arterial está em dia? Uma nova diretriz das Sociedades Brasileiras de Cardiologia, de Hipertensão e de Nefrologia mudou o critério de diagnóstico da pré-hipertensão, que passou para 12 por 8, deixando de considerar esse patamar como normal, acendendo o sinal de alerta. A mudança segue a linha de orientações internacionais, em particular da Sociedade Europeia de Cardiologia. O documento foi divulgado, durante o 80º Congresso Brasileiro de Cardiologia, em São Paulo.
Se há anos, a marcação não era motivo de preocupação, agora exige atenção redobrada, afastando a pressão a partir de 14 por 9 como aceitável. Na prática, a reclassificação deverá ajudar na identificação de riscos iminentes à saúde. A Sociedade Brasileira de Cardiologia destaca a importância de tratamento multiprofissional para prevenir a progressão para hipertensão, com adesão de novos hábitos não medicamentosos, como alimentação saudável e exercícios físicos, além de consultas regulares para controle da pressão arterial.
A ideia é que, com a nova diretriz, os médicos devam ser ainda mais rigorosos no diagnóstico, em qualquer fase da vida, uma vez que a hipertensão aumenta os riscos de infarto e de Acidente Vascular Cerebral (AVC). A orientação é que o tratamento começe logo após o diagnóstico confirmado, diante de uma doença crônica que integra um grupo de enfermidades passíveis de serem evitadas, por meio de hábitos modificáveis.
A hipertensão acomete cerca de 30% da população brasileira. Nos idosos, o envelhecimento das artérias (perda de elasticidade), fatores genéticos e estilo de vida inadequados contribuem para o agravamento da saúde arterial. Segundo os profissionais da área médica, a aferição a partir de 12 por 8 pode ser perigosa, uma vez que, na maioria dos pacientes ela é silenciosa e não dá sinais.