A Rede Geronto marcou presença em Brasília-DF no seminário “Envelhecer é um verbo no Presente”. O evento foi uma celebração ao Dia Nacional e Internacional da Pessoa Idosa. Acompanhamos de perto um debate que reafirmou a importância de enxergar o envelhecimento como uma fase ativa da vida, que exige políticas públicas, prevenção, cuidado e respeito à dignidade das pessoas idosas.
Durante o encontro, a Ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania do Brasil, Macaé Evaristo, destacou a urgência de políticas públicas que considerem as desigualdades no processo de envelhecimento no Brasil. Segundo ela, “a gente tem direito ao envelhecimento saudável, e nosso país está diante do desafio de pensar novas políticas públicas para a população que vive mais. Mas a gente também precisa mudar a nossa forma de pensar o envelhecimento, principalmente nos territórios, porque eles não são iguais. Os territórios têm questões próprias, e precisamos pensar nas origens desses fenômenos e como superá-los”. A ministra lembrou ainda que “cada vez mais teremos mais pessoas idosas no nosso país. Durante muito tempo isso não foi pensado como política pública. Agora, é urgente garantir acesso à cultura, segurança alimentar, saúde, convivência familiar saudável e espaços de cuidado”.
Na mesma direção, Alexandre Silva, Secretário Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa do MDHC, reforçou que “muitas situações injustas, desnecessárias, evitáveis e tratáveis afetam populações vulneráveis em nosso país. As pessoas viveriam mais e melhor se essas situações fossem enfrentadas por políticas públicas eficazes”. Ele defendeu que o envelhecimento deve ser visto como um processo contínuo, que começa muito antes dos 60 anos, e alertou que “ainda vivemos em uma época em que precisamos discutir os riscos para os direitos humanos”.
O seminário também trouxe olhares locais, mostrando que os desafios de implementar políticas de envelhecimento ativo variam de acordo com a realidade de cada cidade. A fala de gestores municipais chamou atenção para a necessidade de integrar saúde, assistência social e cultura, de forma a transformar planos e leis em experiências concretas para a vida das pessoas idosas.
A Rede Geronto, ao participar do encontro, reforçou seu compromisso de atuar como ponte entre ciência, políticas públicas e vivências locais, apoiando a construção de estratégias que deem voz e protagonismo às pessoas idosas. O evento reafirmou que envelhecer não é apenas acumular anos, mas um verbo que deve ser conjugado no presente, com dignidade, cuidado e ação coletiva.