Mais do que um bonito e largo sorriso. Cuidar da higienização bucal é palavra de ordem para a saúde em qualquer idade, em especial, na velhice. Os cuidados integram a chamada reserva fisiológica alimentada no decorrer da vida para envelhecer bem. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2025, pelo menos 14 milhões de brasileiros não tinham dentes, a maioria idosos. O levantamento aponta que 41% dos 60+ perderam todas as estruturas ósseas. A esses dados levantam-se outras preocupações. De acordo com o IBGE e o instituto de pesquisa Ibope, no Brasil, 20 milhões de brasileiros jamais foram ao dentista. Já outras 39 milhões de pessoas usam próteses dentárias, que impõem também cuidados diários, muitas vezes, negligenciados.
Além da questão estética, a perda dos dentes afeta o corpo em sua integralidade, uma vez que eles desempenham funções de mastigação, digestão e fonética (pronúncia). Dessa forma, o chamado edentulismo (perda total dos dentes) e mesmo a ausência de alguns deles, impactam na alimentação e absorção adequadas dos nutrientes, como proteínas, fibras e vitaminas.
A perda dentária afeta as condições ideais de vida e abre portas para doenças oportunistas. Problemas bucais contribuem para condições médicas, como problemas cardíacas e diabetes e que, não raro, complicam a saúde do idoso. Para prevenir essas doenças e outras, os 60+ precisam cuidar da saúde corporal, uma vez que aqueles com boas condições físicas e cognitivas executam uma adequada higiene bucal, que inclui idas rotineiras ao dentista. Já os que não têm essa autonomia precisam de cuidados familiares para identificação de carieis, inflamações na gengiva, mau hálito e lesões, como as pré-cancerígenas, por exemplo.
Nesse horizonte de preocupações, uma boa notícia ainda que tímida. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde Bucal – SB Brasil, realizada a cada dez anos pelo Ministério da Saúde e institutos de estudo e pesquisa, a perda dentária dos idosos caiu de 27,53 em 2010 para 23,55 em 2023. A redução é atribuída, dentre outras razões, ao modelo de atenção básica em saúde bucal, com ações de promoção à proteção, prevenção, cura, reabilitação e informação. Já em 2023, o Brasil ganhou a lei que obriga municípios, estados e a União a fornecer o tratamento para a saúde bucal da população pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
