A morte do cantor e compositor mineiro Lô Borges, nesta semana, reacendeu alerta sobre um problema negligenciado por muitos: a intoxicação medicamentosa, decorrente do uso excessivo de remédios, de forma acidental ou mesmo intencional. O quadro levou o fundador do Clube da Esquina à UTI e resultou em falência múltipla de órgãos e morte. Os últimos números do Ministério da Saúde apontam que, em 2022, 1,7 milhão de brasileiros procuraram atendimento médico por algum tipo de reação adversa pelo uso inadequado de fármacos.
A condição é preocupante, principalmente, entre os idosos que se automedicam ou mesmo interpretam receitas médicas de forma errada. O uso de vários remédios para o tratamento de doenças crônicas também são ameaças veladas, ocasionando a chamada interação medicamentosa, uma reação a outro remédio, alimento, bebida (como álcool) e que diminui ou aumenta a eficácia dos efeitos colaterais, causando reações tóxicas. A venda livre dos produtos também está na lista de casos gravosos.
Os remédios mais relacionados a casos de intoxicação são os que atuam no sistema nervoso central, como ansiolíticos, antidepressivos e sedativos, seguidos de analgésicos, anti-inflamatórios e antialérgicos. Órgão central do metabolismo de fármacos, o fígado é um dos primeiros a sofrer, quando há falhas no processamento de substâncias em excesso ou mal indicadas. Não raro, o quadro exige hemodiálise ou ventilação mecânica, a exemplo do que ocorreu ao cantor mineiro. Os sintomas mais comuns, como sudorese, vômito, tontura, palpitação e respiração alterada, podem surgir imediatamente ou dias depois da ingestão errada. Algumas dicas reforçam a importância da conscientização sobre o uso responsável de remédios.
• Informe o médico, farmacêutico ou dentista sobre todos os medicamentos que você está tomando, inclusive suplementos, vitaminas e plantas medicinais.
• A bula do medicamento geralmente contém informações importantes sobre interações.
• Evite bebidas alcoólicas, durante o uso de remédios
• Em caso de dúvida sobre uma possível interação, procure um profissional de saúde