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Envelhecimento é tema de redação do Enem 2025

O processo de envelhecer foi o tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025, realizado neste domingo. A escolha coincidiu com o aumento significativo no número de idosos inscritos para a prova, que levou aos bancos escolares 17,1 mil idosos – 191% a mais, em relação a 2022. A dissertação- argumentativa trouxe como texto de apoio trecho do Estatuto do Idoso e, mais uma vez, valorizou pautas sociais relacionadas à invisibilidade de determinados grupos.  O Enem é avalia o desempenho escolar e é a principal forma de ingresso no ensino superior no Brasil.

Os textos motivadores da pauta trouxeram desde os dados do IBGE a frases da cantora Rita Lee e da atriz Fernanda Montenegro sobre a velhice, idosos mantenedores dos lares e recortes sobre desigualdade, mercado de trabalho e a chamada “modernidade líquida”, termo proposto pelo filósofo polonês Zigmunt Bauman para falar da fluidez e caráter descartável das relações. O tema central propôs uma reflexão de como a sociedade brasileira encara o envelhecimento e demandou uma compreensão de como ela enxergará e acolherá seus idosos daqui para frente. A tese principal passa pelo reposicionamento do envelhecer, trazendo o protagonismo do 60+ e a valorização nessa fase da vida. A proposta do Enem abordou os aspectos ligados ao repertório sociocultural, à valorização das sábias vivências e à intergeracionalidade como instrumento de respeito mútuo, troca de valores e aprendizagem e de uma sociedade mais inclusiva.

Os professores de cursinho apontaram os principais pontos pertinentes para a elaboração assertiva da redação, como desigualdade, limitação de oportunidade de trabalho, etarismo e políticas públicas. Cabia ao candidato pensar nas consequências que serão vividas no Brasil, diante do aumento no número de idosos no país. Tema semelhante foi questão discursiva da Prova Nacional do Docente (PND), que trouxe “o idadismo como desafio social e educacional do Brasil”. A proposta do quesito destacava a importância de combater estereótipos e práticas discriminatórias baseadas na idade.

A inversão da pirâmide etária, apontado pelo Censo Demográfico (IBGE) de 2022 trouxe a estimativa de que, em 2041, a população brasileira vai passar a marca de 220 milhões de pessoas. Segundo o IBGE, em 2070, cerca de 37,8% do país, ou seja, mais de 75 milhões, terá mais de 60 anos.  Para a diretora da Rede Geronto, Suzana Funghetto, a escolha do tema foi acertada, uma vez que o tema do envelhecimento é um marco, diante do crescente aumento da população 60+. Segundo Funghetto, a abordagem proposta diferenciou de outras edições ao pedir que candidatos discorressem sobre as perspectivas e desafios do envelhecimento na sociedade brasileira. “O debate foi proposto, valoriza a experiência do passar do tempo, do envelhecimento e traz à tona a questão da intergeracionalidade e a preocupação com políticas públicas. A palavra “perspectivas” levou o candidato a refletir o inegável envelhecimento populacional, com sensibilidade, empatia e olhar voltado à realidade, uma vez que teremos, em pouco tempo, pessoas idosas com necessidades de atendimento, consumo e protagonismo no mercado de trabalho”, afirma.”, afirma.


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