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Segundo dia da 6ª CONADIPI destaca envelhecimento como direito, memória e futuro comum

Palestra Magna e aclamação do Regimento Interno marcam início dos debates temáticos da Conferência Nacional da Pessoa Idosa

Brasília, 17 de dezembro de 2025 — O segundo dia da 6ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (6ª CONADIPI) foi marcado por reflexões sobre o envelhecimento como direito, processo plural e desafio democrático. A programação reuniu a Palestra Magna, a Plenária de Aclamação do Regimento Interno e os primeiros painéis de debate dos eixos temáticos, que orientam os trabalhos da etapa nacional.

A manhã teve início com a Palestra Magna, conduzida pelo secretário nacional dos Direitos da Pessoa Idosa e presidente do CNDPI, Alexandre da Silva, e pela escritora Conceição Evaristo. Alexandre destacou que envelhecer é um processo inerente à vida humana e que o Brasil já vive uma realidade demográfica marcada pelo crescimento da população idosa, o que exige políticas públicas integradas nas áreas de saúde, assistência, cuidado e participação social.

O secretário ressaltou que a Conferência é um espaço estratégico para enfrentar o idadismo, reconhecer as múltiplas velhices e garantir que as pessoas idosas sejam protagonistas na formulação das políticas públicas. Ao apresentar dados demográficos, chamou atenção para as desigualdades que atravessam o envelhecimento, relacionadas a gênero, raça, escolaridade e território, defendendo uma atuação intersetorial do Estado.

Velhice, memória e desigualdades sociais

Em uma fala marcada por sensibilidade e crítica social, Conceição Evaristo refletiu sobre o tempo, a memória e as condições concretas que determinam como se envelhece no Brasil. Ao afirmar que a velhice pode ser uma conquista — mas não para todas as pessoas —, a escritora problematizou o acesso à moradia, à saúde, à aposentadoria e ao trabalho digno, destacando que o envelhecimento só pode ser vivido com plenitude quando os direitos sociais são garantidos.

A autora evocou referências da cultura negra e popular brasileira para reafirmar a velhice como tempo de potência, criação e transmissão de saberes, ressaltando o papel das pessoas mais velhas na preservação da memória coletiva e na sustentação das lutas por justiça social.

Após a Palestra Magna, a plenária realizou a aclamação do Regimento Interno da Etapa Nacional da 6ª CONADIPI, consolidando as regras que orientam o funcionamento, os debates e as deliberações da Conferência. O documento foi aprovado por aclamação, considerando que já havia sido amplamente debatido nas etapas preparatórias e em ambiente virtual.

Debates temáticos dão início à fase deliberativa

No período da tarde, começaram os painéis de debate dos eixos temáticos, organizados em duas mesas. A Mesa 1 reuniu os Eixos 2 e 3, dedicados à saúde, ao cuidado integral e ao enfrentamento das violências contra a pessoa idosa. Já a Mesa 2 concentrou os debates dos Eixos 1, 4 e 5, abordando o financiamento das políticas públicas, a participação social e o fortalecimento dos conselhos de direitos da pessoa idosa.

Nesta quinta-feira (18), a Conferência entra em sua etapa central, com a realização dos Grupos de Trabalho, onde delegadas e delegados irão aprofundar os debates e construir propostas concretas a partir dos eixos temáticos. As formulações aprovadas nos GTs seguirão para a plenária final, consolidando as diretrizes nacionais para o fortalecimento dos direitos da pessoa idosa no Brasil.


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