A segunda etapa do II Fórum Internacional Sábias Vivências, realizada no campus da UnB Ceilândia, reuniu pesquisadores, representantes de instituições públicas, entidades da sociedade civil, parlamentares e pessoas idosas para discutir políticas públicas, direitos, cuidado e perspectivas para o envelhecimento no Brasil.
O encontro integra a programação geral do Fórum, promovido pela Rede Internacional de Pesquisas em Gerontologia e Sistemas de Cuidados no Envelhecimento – Rede Geronto, estruturado em duas etapas: a primeira, realizada em 25 de agosto, na Câmara Legislativa do Distrito Federal, com transmissão pela TV Câmara Distrital e YouTube; e a segunda, em 19 de novembro, com apresentação de trabalhos acadêmicos e o lançamento da Revista Diálogos em Gerontologia na UnB – Ceilândia.
Escuta e participação como eixos estruturantes
Durante a abertura, a coordenadora da Rede Geronto, Dra. Suzana Schwerz Funghetto, destacou o papel da escuta como fundamento das ações da Rede:
“Compartilhar conhecimento é multiplicar vida. Mas nada disso se sustenta sem ouvir as pessoas idosas e compreender suas realidades”, afirmou, reforçando a importância da articulação entre universidades, coletivos, associações e poder público para políticas centradas nas necessidades da população 60+.
Participação ativa de entidades, coletivos e instituições
O Fórum contou com ampla participação da sociedade civil, incluindo representantes da Associação de Idosos de Ceilândia, Associação Coletivo Filhas da Mãe, Fórum Distrital da Pessoa Idosa, Pastoral da Pessoa Idosa da CNBB, Faculdade IMEI, ABRAZ-DF, Pós-Graduação em Gerontologia da Universidade Católica de Brasília, UBS 11 de Ceilândia, Instituto Federal de Brasília – Campus Ceilândia (IFB Ceilândia), além de pessoas idosas de diversas regiões administrativas do Distrito Federal, garantindo diversidade territorial e pluralidade de vozes.
Representação parlamentar e compromisso com políticas públicas
O evento contou também com a presença e manifestação da Deputada Federal Bia Kicis e do Deputado Distrital Chico Vigilante, que ressaltaram a importância de fomentar estudos, pesquisas e propostas que contribuam para a implementação efetiva de políticas públicas voltadas à pessoa idosa. Ambos enfatizaram que iniciativas como o Sábias Vivências são fundamentais para orientar decisões legislativas baseadas em evidências, aproximando academia, sociedade e poder público.
Debate sobre inovação comunitária e modelos internacionais de cuidado
No evento, também foi discutido o Projeto Casa da Comunidade, inspirado nas experiências do Norte da Itália no atendimento comunitário a pessoas idosas, especialmente nas cidades de Modena e Asti. Os modelos italianos, baseados em redes territoriais de cuidado, integração intersetorial e participação ativa das famílias e comunidades, foram apresentados como referência para a construção de políticas inovadoras no Brasil.
Os idosos presentes no encontro se manifestaram favoravelmente à criação de uma iniciativa semelhante no Distrito Federal, ressaltando a possibilidade de aproveitar os Centros de Convivência do Idoso (CCIs) como estruturas estratégicas para a implantação de uma Casa da Comunidade adaptada às necessidades locais. As sugestões reforçaram a importância da participação direta da população 60+ na formulação de políticas públicas.
Tarde dedicada ao intercâmbio científico
No período da tarde, foram realizadas as apresentações de trabalhos acadêmicos, reunindo pesquisadores de diferentes Instituições de Ensino Superior do Brasil e do exterior. Os estudos foram distribuídos em quatro eixos temáticos estratégicos:
• Envelhecimento e Saúde
• Envelhecimento, Tecnologias e Educação
• Envelhecimento e Políticas Públicas
• Envelhecimento e Inovação
Esse momento consolidou o Fórum como um espaço de diálogo qualificado, produção científica e articulação entre cuidado, pesquisa e inovação nas áreas do envelhecimento, da longevidade e da intergeracionalidade.
Compromisso acadêmico e institucional
O diretor do campus Ceilândia, professor João Paulo Mateus, destacou o engajamento da UnB:
“Discutir o envelhecimento e compartilhar vivências tem feito com que o campus avance e seja referência. A solução não está pronta: ela se constrói ouvindo as pessoas e integrando suas experiências às nossas práticas acadêmicas.”
Cooperação nacional e internacional
A programação contou com a presença de pesquisadores do Brasil, Itália e Chile, além de representantes legislativos e coletivos sociais. O II Fórum é uma iniciativa da Rede Geronto, com apoio da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Rede Unida, CIU Uniser/UnB, PPGTS/UnB, Programa de Assistência Farmacêutica da UnB, PPGPS/Unicesumar, ANACEU, Portal 2 em 1 Educacional, ASL de Modena e ASL de Asti (Itália) e UDLA (Chile).
