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Brasil bate recorde histórico de idosos no mercado de trabalho

O Brasil atingiu um recorde histórico no número de idosos inseridos no mercado de trabalho. Segundo dados recentes do IBGE, mais de 9 milhões de pessoas com 60 anos ou mais estavam trabalhando em 2024, o maior número já registrado desde o início da série histórica. Isso representa cerca de 15% de toda a força de trabalho do país, e um salto significativo quando comparado aos 6,8 milhões contabilizados em 2012. Levantamentos do Dieese indicam que, apenas na última década, houve um aumento superior a 30% na participação de idosos no mercado, impulsionado tanto pela necessidade financeira quanto pela mudança no perfil dessa população.

Entre os principais fatores, especialistas destacam a insuficiência da renda previdenciária. Estudos do IPEA mostram que mais de 60% dos idosos aposentados dependem de complementação de renda para cobrir gastos básicos, especialmente com saúde e moradia. Isso explica por que muitos continuam trabalhando mesmo após adquirir o direito à aposentadoria. Ao mesmo tempo, cresce o grupo de idosos que permanece ativo por escolha: pesquisas nacionais apontam que quase 40% afirmam trabalhar para manter autonomia, engajamento social e qualidade de vida.

Os setores que mais absorvem trabalhadores idosos são comércio, serviços, transporte, cuidado e educação. O relatório do Dieese aponta que 36% dos trabalhadores idosos atuam em ocupações informais, muitas vezes por falta de oportunidades formais ou devido ao etarismo — prática ainda presente em processos seletivos. Para especialistas, embora o crescimento seja expressivo, ele evidencia desafios estruturais: a ausência de políticas públicas específicas, a falta de vagas adaptadas e as barreiras invisíveis que dificultam a contratação de profissionais mais velhos.

Com o rápido envelhecimento da população — projeções do IBGE indicam que o Brasil terá 30% de idosos até 2050 — a inclusão produtiva desse grupo se torna um tema prioritário. Empresas que já adotam programas voltados à valorização de trabalhadores seniores relatam ganhos em produtividade, menor rotatividade e maior estabilidade emocional nos times. A tendência é que a presença de idosos no mercado siga crescendo nos próximos anos, consolidando uma nova dinâmica para a força de trabalho brasileira e exigindo tanto do poder público quanto do setor privado uma resposta mais efetiva diante desse cenário.

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