Na última quinta-feira (28), a psicóloga Luísa Lemos realizou mais uma roda de conversa do Projeto Escuta Sensível na Associação dos Idosos da Ceilândia. O encontro teve como tema “Desafios do Envelhecer” e reuniu participantes que discutiram as dificuldades e prazeres que marcam essa etapa da vida.
A roda explorou três questões principais: o que os idosos mais sentem falta nessa fase da vida, suas experiências individuais e as barreiras mais significativas que enfrentam no dia a dia.
Entre os relatos, ficou claro que, embora o envelhecimento traga desafios, ele também oferece momentos de gratidão. Muitos participantes destacaram que, apesar de sentirem falta da energia e da vitalidade da juventude, valorizam profundamente a vida que construíram. “A gente aprende a apreciar o que realmente importa. É uma fase de calma e sabedoria, mas, claro, sentimos saudade do vigor que tínhamos antes”, comentou Dona Célia.
O maior desafio apontado por quase todos os presentes, no entanto, foi o acesso à saúde. As longas filas, a dificuldade em conseguir consultas especializadas e a carência de políticas públicas voltadas para o bem-estar dos idosos foram algumas das questões levantadas. “A gente chega numa idade em que cuidar da saúde é prioridade, mas o sistema não facilita. Às vezes, o remédio ou a consulta demora tanto que ficamos deitados nos corredores sem ajuda alguma”.
Apesar das dificuldades, o clima foi de positividade e reconhecimento pelas conquistas. Muitos participantes expressaram que, nesta fase da vida, há espaço para novos aprendizados, relações mais significativas e momentos de gratidão. “Envelhecer é como colher os frutos de uma vida inteira. Eu gosto da vida que tenho, gosto das amizades, de passar tempo aqui na Associação”.
Eventos como esse, além de enriquecerem a vivência dos idosos, reforçam a importância de criar políticas públicas que garantam o acesso à saúde e promovam o bem-estar. Afinal, o envelhecimento não é apenas sobre desafios, mas também sobre celebrar a vida.