- Amannda Gabrielle da Cruz Silva – Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos
- Gabryel Silva Leite – Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos
- Cínthia Figueiredo Cordova da Costa – Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos
- Thas Gontijo Ribeiro – Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos
- Mariana Cecchi Salata – Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos
RESUMO:
INTRODUÇÃO: As disfunções do assoalho pélvico (DAP), incluindo distúrbios miccionais, evacuatórios, sexuais e prolapso de órgãos pélvicos (POP), apresentam grande impacto na saúde de mulheres idosas devido ao efeito negativo na qualidade de vida e funcionalidade (Rieger et al., 2021). Estima-se que aproximadamente 53% de mulheres a partir de 60 anos possuem risco de desenvolver alguma DAP (Mahoney et al., 2016). As DAP são multifatoriais e em mulheres idosas ocorrem principalmente devido ao processo de envelhecimento, multiparidade e menopausa (Burnett et al., 2019).
OBJETIVO: Verificar a presença de DAP e o nível de funcionalidade de idosas atendidas em uma Unidade Básica de Saúde (UBS).
MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal e descritivo realizado em uma UBS do Distrito Federal, em agosto de 2023. Foram incluídas mulheres acima de 60 anos que praticam exercício físico na UBS uma vez na semana e que concordaram e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Foram excluídas as que se recusaram a participar da pesquisa. O instrumento utilizado para avaliar o desconforto e sintomas de DAP foi o Pelvic Floor Distress Inventory (PFDI-20) e para avaliação da funcionalidade a Brody Instrumental Activities os Daily Living Scale (IADL). Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Fundação de Ensino e Ciências da Saúde – FEPECS (CAAE: 70329223.0.000.5553).
RESULTADOS: Foram incluídas 9 idosas, com idade média de 68,3 anos (DP: 7,77), a maioria era aposentada (N=5) com renda mensal de 1 a 3 salários mínimos (N=6). Em relação aos fatores de risco, 8 eram hipertensas, 7 eram diabéticas, 4 dislipidêmicas, 1 obesa, nenhuma etilista, 1 tabagista há 30 anos e todas idosas estavam no climatério. Como fator de proteção, todas relataram praticar atividade física 1x por semana na própria UBS. A mediana de gestações foi 3 (mínimo: 1, máximo: 7), mediana de 2 partos normais (mínimo: 0 e máximo: 7) e a mediana de partos cesária não chegou à 1 parto (mímimo: 0 e máximo: 3), 7 realizaram episiotomia, todas tiveram acompanhamento médico durante a gestação. Em relação às queixas de DAP, a média do escore total do PFDI-20 foi de 32,4 (DP: 33,40), indicando um desconforto baixo, sendo as queixas miccionais as mais frequentes, média de 12,5 (DP: 15,30), seguida de prolapso, média de 10,1 (DP: 16,55), e queixas evacuatórias, média de 9,7 (DP: 15,34). Quanto às atividades de vida diária (AVD), a maioria era independente, uma dependente grave e uma dependente moderada. No presente estudo foi possível identificar maior desconforto no que tange às queixas miccionais das idosas. Sabe-se que DAP relacionadas à micção, como a incontinência urinária, afeta atividades de vida diária simples de idosas, podendo se associar a quedas, sensação de vergonha, evitação de tossir e restrição de ingesta de fluidos (KAŞIKÇI et al., 2015). Entretanto, a correlação em atividades instrumentais como arrumar a casa, preparar as refeições ou fazer compras não foi encontrada através do nosso estudo. Ainda sobre atividades de vida diária instrumentais, o achado de que as idosas são independentes em sua maioria está de acordo com Cabral et al., 2021 que avaliou 301 pessoas brasileiras atendidas pela atenção primária, e encontrou independência na maioria das participantes.
CONCLUSÃO: A maioria das idosas que realizam segmento em uma UBS apresentavam fatores de risco para DAP, apresentaram independência em suas AVDS, com baixo desconforto das DAP, sendo as queixas miccionais as mais prevalentes, seguida do POP e disfunções evacuatórias. A principal limitação deste estudo é o baixo número amostral, o que faz com que os resultados encontrados aqui sejam preliminares e necessários de ampliação e atualização a fim de haver consenso sobre os achados.
REFERÊNCIAS:
BURNETT, L. A. et al. Age-associated changes in the mechanical properties of Engineering, v. 49, n. 8, p. 1836–1847, 8 mar. 2021.
MAHONEY, C. et al. Pelvic floor dysfunction and sensory impairment: Current evidence. Neurourology and Urodynamics, v. 36, n. 3, p. 550–556, 31 mar. 2016. human cadaveric pelvic floor muscles. Journal of biomechanics, v. 98, p. 109436, 2 jan. 2020.
RIEGER, M. et al. Quantifying the Effects of Aging on Morphological and Cellular Properties of Human Female Pelvic Floor Muscles. Annals of Biomedical CABRAL, J. F. et al. Vulnerabilidade e Declínio Funcional em pessoas idosas da Atenção Primária à Saúde: estudo longitudinal. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 24, n. 1, 2021.
KAŞIKÇI, M. et al. Prevalence of urinary incontinence in older Turkish women, risk factors, and effect on activities of daily living. Archives of Gerontology and Geriatrics, v. 61, n. 2, p. 217–223, set. 2015.