Suzana Schwerz Funghetto
Educadora Especial
Simone Abrantes
Enfermeira
A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia define envelhecimento ativo como sendo um “processo de otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas se tornam mais velhas” (SBGG, 2018).
Este tema é importante de ser considerado quando levamos em consideração o crescente aumento da população idosa como uma tendência global, sendo que a previsão é de que o número de pessoas com mais de 60 anos no mundo salte de 901 milhões (valor de 2015) para 1,4 bilhão em 2030, um crescimento de 56% (ONU, 2018)
O envelhecimento ativo permite que as pessoas reconheçam seu potencial para uma um bem-estar físico, biológico e mental. É fato que nesta etapa da vida algumas limitações são impostas pelo processo natural do próprio envelhecimento. Entretanto, este período pode ser marcado por uma contínua e ampla inserção social onde se mantém a participação nas questões sociais, econômicas, culturais, espirituais e civis. A contribuição dos saberes e das histórias de vida dessas pessoas com suas famílias, com a comunidade onde estão ineridas e com o desenvolvimento cultural do país é legado importante de ser considerado e um forte componente de aprendizado.
O envelhecimento ativo tem como pressuposto ampliar a expectativa de vida com maior qualidade, com maiores alegrias e afetos e com possibilidade de contribuição social. Nesse sentido, a vivência em ambientes de aprendizado contribuem para o envelhecimento ativo, principalmente porque se estabelece uma relação de compartilhamento de saberes, de disseminação do conhecimento adquirido ao longo da vida, de intercâmbio social entre pessoas de várias idades, além de proporcionar novos encontros.
Diante desses dados, as instituições de Educação Superior no Brasil têm apostado em projetos e programas de extensão que abrem as portas das instituições e garantem acesso a cursos e ou atividades acadêmicas para esta população. São projetos que preveem a inserção dos idosos em várias áreas do conhecimento, principalmente no campo da tecnologia, na área da saúde e no campo do turismo e lazer.
Quando abordamos o tema do turismo e do lazer, é importante reconhecer que participar de viagens, eventos culturais, passeios dirigidos e vistas guiadas servem como importante componente para a ocupação do tempo disponível, estimula o aprendizado e amplia o conhecimento sobre outros modos de vida e outras culturas. Além disso, oportuniza novas experiências, novas amizades, novos conhecimentos e novos modos de vida.
Em geral, as instituições de educação superior ofertam cursos de extensão para pessoas na maturidade. Porém não adequam os materiais didáticos e a metodologias que devem ser diferenciadas nessa fase da vida.
A resposta para esse novo momento na educação superior talvez seja um programa que reúne aprendizado, lazer e turismo e abre a possibilidade de novas experimentações, quando se vivencia e se participa ativamente de tudo aquilo que se aprendeu. A ideia parte de uma aprendizagem vivencial: estuda, debate, conhece, troca ideias, conversa e viaja. Para colocar em prática e conhecer in loco tudo aquilo que foi estudado -promovendo novos aprendizados em ambiente acadêmico e a experimentação do que foi aprendido. Ou seja, reunir pessoas que participam de projeto específico sob a forma de extensão, com interesses comuns, que gostem de viajar e queiram aprender sobre determinada região, sobre determinada cultura ou sobre determinado fato histórico.
Desse modo, a ideia é propor o projeto de CULTURA, LAZER E TURISMO: novos aprendizados na maturidade, como inovação pois congrega atividades de ensino com intercâmbio social, de modo intensivo e colaborativo.
A cada semestre poderão nesse projeto ser debatidos temas sobre determinada cultura ou região. Ao final do semestre podem ser organizadas viagens e pacotes turísticos relativos ao tema estudado por determinado período tempo. A ideia é que o ambiente acadêmico estimule por novos saberes e que ocorram momentos de compartilhamento de saberes sobre determinada temática. Ao final da viagem os participantes devem apresentar, de modo dinâmico e criativo, suas experimentações.