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O Acolhimento do enfermeiro à pessoa idosa na atenção primária à saúde e suas fragilidades em saúde mental: revisão integrativa

  • Andrey Hudson I. M. de Araújo – Enf/FCe/UnB
  • Amanda M. dos S. de Figueirêdo – Enf/FCe/UnB
  • Ana Cláudia A. Valladares-Torres – Enf/FCe/UnB
  • Diane Maria S. K. Lago – Enf/FCe/UnB

RESUMO:

INTRODUÇÃO: O aumento da população de idosos no contexto mundial, sobretudo no Brasil, nos últimos anos, tem demonstrado a mudança na estrutura da pirâmide etária da população brasileira, através da significativa diminuição na fecundidade e queda no número de jovens. O impacto do aumento populacional de idosos, considerando suas múltiplas alterações físicas, emocionais e sociais, que os tornam mais suscetíveis e vulneráveis a diferentes patologias, implica em uma maior utilização dos serviços de saúde, sob diferentes tecnologias e duração. Somam-se a esses aspectos a cronicidade e complexidade das doenças, demandando maior atenção e acompanhamento de profissionais de saúde. A categoria de Enfermagem no Brasil tem um grande impacto no sistema de saúde, sobretudo na realidade do Sistema Único de Saúde (SUS), no qual a força de trabalho corresponde a mais da metade dos profissionais. Entre essas demandas, destacam-se os problemas de Saúde Mental, com impacto importante sobre a qualidade de vida dos idosos, considerando que as representações sociais dos profissionais de saúde e da comunidade corroboram a concepção de que os problemas de Saúde Mental integram o processo natural do envelhecimento, levando consequentemente a prejuízos no diagnóstico e tratamento. 

OBJETIVO: Identificar o papel do Enfermeiro no acolhimento da pessoa idosa na Atenção Primária à Saúde e as fragilidades que permeiam o cuidado em Saúde Mental, com base na literatura recente. 

MÉTODO: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, onde foram incluídos trabalhos publicados entre 2014 e 2023, das bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LiLACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), ambas acessadas por meio da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), e a Scientific Electronic Library Online (SciELO), que abordassem a atuação do Enfermeiro no atendimento à pessoa idosa na Atenção Primária à Saúde. Para a elaboração do trabalho, foram seguidas as seis etapas definidas: 1) identificação do tema e formulação da questão de pesquisa; 2) estabelecimento dos critérios de inclusão e exclusão; 3) seleção dos estudos pré-selecionados e finais; 4) categorização dos estudos selecionados; 5) análise e interpretação dos resultados; 6) apresentação da revisão/síntese do conhecimento. 

RESULTADOS: Dentre os 16 artigos científicos que compõem este estudo, foram identificadas cinco categorias temáticas (C), sendo elas: C1. Cuidado em Saúde Mental na APS e seus desafios, onde foi incluído o período pandêmico da Covid-19, que resultou em afastamento do convívio social e a ruptura de vínculos, além da priorização de outras comorbidades, como hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus; C2. Percepção e compreensão dos idosos sobre os sintomas depressivos, que destaca a importância de o idoso conhecer e compreender a depressão para melhorar o prognóstico e prevenir outros sofrimentos psíquicos, além de destacar a importância do bom relacionamento entre paciente e Enfermeiro como uma medida facilitadora para a abertura de um espaço de discussão sobre demandas psicossociais dentro do consultório; C3. A identificação de sintomas depressivos na APS pelo Enfermeiro, que aborda o perfil dos idosos atendidos e os fatores associados ao desenvolvimento de sintomas depressivos, auxiliando o profissional, especialmente o Enfermeiro, na triagem e no reconhecimento desses sintomas; C4. Apoio Matricial e o papel do Enfermeiro na equipe, como uma estratégia que integra os profissionais, considerando as dificuldades enfrentadas na rotina sobrecarregada de trabalho para oferecer a pacientes e familiares um cuidado integral, com vínculo e acolhimento; e C5. Estratégias utilizadas para o cuidado em Saúde Mental, que traz, além das estratégias identificadas nos artigos base, outras abordagens, especialmente no contexto brasileiro, destacando-se os Grupos Terapêuticos e de Convivências que estimulam o protagonismo e a autonomia dos idosos. 

CONSIDERAÇÕES FINAIS: Ao discutir estes temas, foi possível observar os estigmas que afetam essa população e os transtornos mentais associados, com repercussões negativas sobre a qualidade de vida, incluindo autopercepção, sensação de inutilidade social e pensamentos negativos sobre o futuro. Observou-se que, apesar do Enfermeiro na Atenção Primária à Saúde ter uma grande atuação nas demandas de sofrimento psíquico, considerando os aspectos que envolvem o acolhimento e o vínculo estabelecido com o idoso, há vulnerabilidades que dificultam a interação e resolutividade para essas demandas que integram a saúde e bem-estar, em virtude das rotinas previstas e esperadas na unidade. O foco do profissional às demandas mais comuns da população idosa na Atenção Primária à Saúde, como às Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), colocam em segundo plano as demandas de Saúde Mental, que passam a ser debilitantes no dia a dia desses idosos. Um olhar sensível e holístico às necessidades que os idosos levam à unidade deve integrar o cuidado e a assistência do Enfermeiro. 

DESCRITORES: Atenção Primária à Saúde; Idoso; Saúde Mental; Enfermagem. 

 


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