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Autismo e Envelhecimento: o desafio invisível na longevidade

Hoje, 2 de abril, Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, é essencial discutir um tema pouco abordado: o envelhecimento das pessoas autistas. Muito se fala sobre o diagnóstico infantil e os desafios enfrentados por crianças e adolescentes no espectro, mas o que acontece quando esses indivíduos envelhecem?

A geração de adultos e idosos autistas está crescendo, e muitos foram diagnosticados tardiamente ou nunca receberam um diagnóstico formal. Durante grande parte da vida, enfrentaram dificuldades em relacionamentos, mercado de trabalho e vida social sem compreender completamente os desafios que enfrentavam. A falta de reconhecimento do autismo na terceira idade pode levar a isolamento social, ansiedade e depressão, além de dificuldades no acesso a serviços de saúde adaptados às suas necessidades.

O envelhecimento traz mudanças naturais no corpo e na mente, mas para pessoas autistas, essas transformações podem ser ainda mais complexas. A hipersensibilidade sensorial, dificuldades na comunicação e a necessidade de rotinas estruturadas podem ser afetadas por mudanças na moradia, aposentadoria e até mesmo pela perda de familiares e cuidadores. Além disso, muitos idosos autistas enfrentam diagnósticos equivocados de transtornos como demência ou depressão, pois os profissionais de saúde ainda têm pouca capacitação para identificar o autismo em idosos.

Outro ponto importante é o suporte social. Muitos idosos no espectro podem não ter construído redes de apoio sólidas ao longo da vida, tornando-se mais vulneráveis à solidão. Ambientes institucionais, como asilos e casas de repouso, raramente estão preparados para atender pessoas autistas, o que pode agravar ainda mais os desafios enfrentados.

Para garantir um envelhecimento digno e saudável para pessoas autistas, é fundamental investir em políticas públicas e iniciativas que promovam a acessibilidade e o suporte adequado. Isso inclui capacitação de profissionais de saúde para o diagnóstico e atendimento de idosos autistas, desenvolvimento de espaços adaptados para suas necessidades e maior disseminação de informações sobre o tema.

Além disso, fortalecer redes de apoio, promover grupos de convivência e criar estratégias para a inclusão desse público são passos essenciais para combater o isolamento e melhorar a qualidade de vida dessas pessoas.

Neste Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, precisamos ampliar o olhar para além da infância e garantir que todas as fases da vida sejam consideradas. O autismo não desaparece com o tempo, e os desafios da longevidade devem ser encarados com respeito, empatia e ações concretas.

Rede Geronto – Informação para um envelhecimento mais inclusivo e humano.

Por Juliana Mucury – Relações Públicas

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