Pesquisadores mergulharam no universo de pessoas idosas, com Diabetes Mellitus tipo 2, para avaliar a correlação entre a doença e os fatores associados à deficiência de vitamina B12. Apresentado durante a Imersão Itália 2025, promovido pela Rede Geronto, o estudo demonstrou ausência de associação entre os níveis de vitamina B12 e o uso de metformina, usada por diabéticos, déficit cognitivo, sintomas depressivos, osteopenia e osteoporose, indicando que outros fatores podem desempenhar papel significativo na regulação da vitamina, sendo assim, considerar uma abordagem multifatorial.
A abordagem descritiva transversal foi realizada em uma Unidade Básica de Saúde, do Distrito Federal. Cento e cinquenta e dois idosos com a doença foram acompanhados pelos pesquisadores. Do total, 38,8% apresentaram deficiência da vitamina. Eles foram submetidos à coleta de sangue, em jejum para averiguação dos índices de glicemia, hemoglobina clicada, colesterol, triglicerídeos, dentre outros. Eles também responderam a questionários sobre variáveis sociodemográficas e de situações mentais, mensuração de circunferência abdominal, peso e estatura para cálculo da massa corporal e percentual de gordura, além de exame de densitometria óssea.
Segundo o estudo, o envelhecimento está associado a alterações metabólicas, incluindo a redução da absorção de nutrientes, como a vitamina B12. Eles apontaram a diminuição da B12 maior em diabéticos tipo 2, em especial, aqueles que fazem uso prolongado da metformina, medicamento que compromete a absorção intestinal da vitamina. As dietas restritivas também entraram no radar dos pesquisadores, uma vez que a B12 está presente predominantemente em alimentos de origem animal.
Os pesquisadores também constataram correlação significativa entre tabagismo e a deficiência da B12, uma vez que o tabaco converte suas formas ativas em cianocobalamina, forma inativa excretada na urina. A baixa escolaridade também respondeu significativamente para a diminuição da vitamina B12 no organismo, devido ao nível de conhecimento e a capacidade de compreensão necessários para o cuidado da saúde pessoal.
O trabalho foi desenvolvido por Giovana Soares Passos; Samuel Barbosa Mezavila Abdelmur; Mateus Medeiros Leite; Alessandro de Oliveira Silva 2; Silvana Schwerz Funghetto; Luciano Ramos de Lima e Marina Morato Stival.