A Agência Nacional de Saúde Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta terça-Feira (22/04), o primeiro medicamento para tratar doença de Alzheimer no país. O Kisunla, nome comercial do donanemabe, fabricado pela farmacêutica Eli Lilly, é indicado para tratamento de comprometimento cognitivo leve associado à doença de Alzheimer sintomática inicial. Essa condição neurodegenerativa afeta não apenas a memória, mas também a capacidade de comunicação e autonomia, impactando profundamente a qualidade de vida dos idosos e de seus familiares.
O kisunla é um anticorpo monoclonal que se liga a uma proteína chamada beta-amiloide, cujo acúmulo no cérebro provoca a doença. O donanemabe age nessas placas, reduzindo-as e, portanto, retardando a progressão da doença. O medicamento desacelerou o Alzheimer, em 35% dos casos menos avançados, proporcionando aos pacientes mais tempo com suas funções cognitivas preservadas. Isso significa mais momentos de lucidez, maior independência para realizar atividades diárias e um impacto positivo na autoestima e bem-estar emocional.
O estudo clínico foi realizado, em 2023 e envolveu 1.736 pacientes de oito países, com a doença em estágio inicial. Aqueles que receberam donanemabe apresentaram progressão clínica menor, em comparação aos pacientes tratados com placebo. Em julho passado, a Food and Drug Administration (FDA) aprovou o medicamento nos EUA.
O produto é injetável e administrado, uma vez por mês. A contraindicação do medicamento é destinada a pacientes que estejam tomando anticoagulantes (incluindo varfarina) ou que tenham sido diagnosticados com angiopatia amiloide cerebral.
Em nota, a fabricante Eli Lilly informou que o remédio passará pelo processo de precificação, junto à Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). Ainda não há previsão de quando o medicamento começará a ser comercializado no país e quanto custará. Segundo o Ministério da Saúde, a Doença de Alzheimer afeta 1,2 milhão de brasileiros, com 100 mil novos casos diagnosticados por ano.