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Tulipa vermelha e Parkinson precoce

O mês de abril deu visibilidade a uma doença que vem chamando a atenção das classes médicas e científicas, graças à incidência cada vez maior. O Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais frequente no mundo, atrás apenas do Alzheimer, e afeta 1% da população mundial, com mais de 60 anos, índice que cresce com o avançar da idade.

O chamado “Mês da Tulipa Vermelha” jogou luz também ao Parkinson Precoce. Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do Hospital de Clínicas (HCPA) publicaram recentemente na revista The Lancet Regional Health Americas, estudo inédito que demonstram outra preocupação: no Brasil, a doença tem se manifestado a partir dos 50 anos.

Segundo os pesquisadores, no ano passado, cerca de 500 mil brasileiros nessa faixa vivem com a doença. A previsão dos estudiosos é de que, em 2060, esse número pode mais do que dobrar, passando de 1,2 milhão de casos. A investigação, feita em todo as regiões do país, usou a base de dados do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), que traz levantamento nacional sobre envelhecimento.

Entre médicos e cientistas, há um consenso de que a idade é um fator de risco, mas que, no entanto, a incidência da desordem neurodegenerativa, cada vez mais cedo, aponta ao estilo de vida como protagonista, a exemplo do sedentarismo. A condição é progressiva, caracterizada pela perda de células produtoras de dopamina no cérebro. Seus principais sintomas incluem tremores, rigidez muscular, lentidão de movimentos e dificuldades com equilíbrio. No caso do Parkinson precoce, a progressão pode ser mais lenta, mas as implicações emocionais, sociais e profissionais tendem a ser significativas, especialmente por atingir pessoas em plena fase ativa da vida.

No Brasil, o acesso ao diagnóstico e tratamento ainda é desigual, o que pode dificultar a identificação precoce da doença. Apesar disso, avanços no tratamento, como a estimulação cerebral profunda (DBS) e medicamentos modernos, têm melhorado a qualidade de vida dos pacientes. A conscientização sobre o Parkinson precoce é essencial para reduzir o estigma e promover políticas públicas que garantam acesso equitativo ao diagnóstico e tratamento. Além disso, a pesquisa contínua sobre as causas e tratamentos da doença é fundamental para enfrentar os desafios que ela apresenta.

Confira, aqui, o artigo Prevalence, distribution and future projections of Parkinson disease in Brazil: insights from the ELSI-Brazil cohort study

https://www.thelancet.com/journals/lanam/article/PIIS2667-193X(25)00056-0/fulltext

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