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Assistência à Saúde na Amazônia Brasileira: ribeirinhos de Humaitá

As Instituições INCT/EpiAmo/CNPq, USP, CEMETRON, CEPEM, IPEPO, SEMUSA/Humaitá, juntamente com o Centro Universitário FAEMA – UNIFAEMA, estão trabalhando em um PROJETO PILOTO chamado “SAÚDE INFINITA”, que visa promover a educação continuada de Agentes Comunitários de Saúde e assistência remota à saúde na promoção da saúde em área ribeirinha da Amazônia Ocidental Brasileira.

Mais detalhadamente, promover a saúde com ações preventivas e incremento da resolutividade local na condução de pacientes com doenças agudas e crônicas de população ribeirinha de Humaitá-AM. Após o projeto piloto, a intenção é ofertar ao Ministério da Saúde, caso seja relevante, como modelo de assistência à saúde destas comunidades amazônicas.

O termo ribeirinho refere-se a qualquer pessoa que habita nas margens do rio. A população ribeirinha está espalhada por todas as regiões do Brasil, porém, sua maior concentração é na Região Norte. Os ribeirinhos não estão apenas isolados da cultura geral, mas também isolados do acesso aos meios e serviços necessários como saúde e educação. Diante das políticas públicas, principalmente no que se refere à promoção da saúde, essa população tem pouca visibilidade, o que gera vulnerabilidade frente à agravos e enfermidades.

Nas comunidades ribeirinhas, nota-se que diante das características geográficas, culturais e sociais, há muitos desafios para promover a saúde, como a falta de profissionais da saúde, as longas distâncias a percorrer nos rios para acessar as localidades, a falta de acesso a comunicação e ausência de alternativas de cuidados e abordagens que preservem as tradições dessa população mediante suas necessidades. O enfermeiro é um profissional capacitado para estar auxiliando a melhoria da saúde combatendo esses desafios.

O Centro Universitário FAEMA – UNIFAEMA é um dos afiliados da Rede Geronto, e o Sr. Luís Marcelo Aranha Camargo, Doutor em Parasitologia, nos explicou como funciona o projeto.

De acordo com Dr. Luís Camargo, “O fenômeno de transição epidemiológica já chegou aos recônditos da Amazônia e estratégias diferenciadas urgem para seu enfrentamento. A Estratégia Saúde da Família e a visita periódica da Unidade Básica de Saúde fluvial mostra-se ineficaz como está efetivada. São mais de 150 localidades, boa parte sem o Agente Comunitário de Saúde, muitos destes sem programa de educação continuada e sem registro de dados”.

Estas populações, muitos miscigenados com índios, vivem atualmente da pesca, produção de farinha de mandioca, agricultura de subsistência e mais recentemente, do garimpo de ouro de aluvião. São diversas comunidades que possuem de 50 a 100 pessoas vivendo às margens dos rios. Entre Humaitá-AM e Manicoré-AM, por exemplo, têm 117 comunidades e os problemas na área de saúde são desafiadores: falta de energia elétrica; falta de comunicação; distâncias e acesso entre as comunidades e as cidades polo; falta absoluta de saneamento; ocorrência de surtos de doenças e endêmicas e de ISTs; entre outros.

Além de várias ações, o projeto visa uma articulação entre a equipe de acesso remoto à saúde por equipe multiprofissional e equipe da UBS fluvial para programar visitas periódicas resolutivas 4 vezes ao ano, para monitorar doenças crônicas (HAS, DM2, Dislipidemia, DRC, Câncer, Distúrbios Mentais, Hanseníase, Tuberculose, HIV, Hepatites Virais, Sífilis) e executar atividades de promoção à saúde. Prevê também realizar retinografia, vícios de refração e presbiopia, ECG, exames laboratoriais básicos, vacinação, saúde bucal e mental, exames preventivos de câncer uterino e de mama, orientação anticoncepcional e inserção de DIU, fora o cuidado com a saúde bucal da população.

A assistência à saúde na Amazônia brasileira, mais especificamente para os ribeirinhos de Humaitá, destacando a população mais idosa, apresenta desafios significativos. A falta de infraestrutura, acesso limitado a serviços médicos e a distância geográfica são obstáculos que dificultam o atendimento adequado às necessidades de saúde dessa população. Ações governamentais e parcerias entre instituições públicas e privadas, como essas, são fundamentais para garantir um sistema de saúde eficiente e inclusivo. Investimentos em equipes multidisciplinares, capacitação profissional e tecnologia são essenciais para superar essas barreiras e proporcionar cuidados de saúde de qualidade aos ribeirinhos de Humaitá.

Por Juliana Mucury

Relações Públicas – Rede Geronto

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