A Questão do Idoso no Brasil: Uma Urgência para a Governança Global e Local
O envelhecimento populacional está transformando as sociedades de maneira profunda, especialmente em países como o Brasil, onde a população idosa cresce rapidamente. Essa mudança demográfica exige uma abordagem integrada, que vá além do simples atendimento às necessidades básicas dos idosos, promovendo políticas públicas inclusivas, sustentáveis e intergeracionais. A recente participação da Rede Geronto no G20 Social e W20 destacou a relevância do tema e a necessidade de inseri-lo como prioridade nas agendas globais e nacionais.
Um Brasil que Envelhece: Desafios e Oportunidades
O Brasil enfrenta desafios significativos para adaptar suas estruturas econômicas e sociais ao envelhecimento populacional. Problemas como a insuficiência de serviços de saúde especializados, a precariedade na oferta de cuidados de longo prazo e a exclusão digital afetam diretamente a qualidade de vida dos idosos. No entanto, como apontado pela Rede Geronto no G20, o envelhecimento também pode ser uma oportunidade para inovar e reestruturar políticas de inclusão, saúde e economia. Esse potencial foi sublinhado no documento “Impactos na Governança Global: Envelhecimento, Inclusão e Sustentabilidade,” que propôs estratégias integradas para tornar o envelhecimento uma fase ativa e digna.
Políticas Públicas e Governança Global
A reforma da governança global, tema central no G20 Social, reflete a interconexão entre as questões locais e globais. O envelhecimento deve ser visto como uma conquista da humanidade e uma responsabilidade compartilhada. Durante a Cúpula, foi enfatizada a necessidade de políticas alinhadas com a Década do Envelhecimento Saudável (2021-2030), uma iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), que promove cuidados integrados, mobilidade acessível e educação continuada para idosos.
A Rede Geronto construiu o documento que foi aprovado para a cúpula social. Confira abaixo.
A Interseção de Gênero, Sustentabilidade e Envelhecimento
O envelhecimento não ocorre isoladamente; ele interage com outras questões, como gênero e desigualdade. No W20, as discussões destacaram a importância de integrar mulheres idosas nas políticas de equidade de gênero e empoderamento. Muitos dos desafios enfrentados pelas idosas, como o acesso limitado à saúde e à segurança econômica, são ampliados pela desigualdade de gênero, evidenciando a necessidade de uma abordagem interseccional para o envelhecimento.
A Rede Geronto também produziu documentos dos eventos os quais esteve presente representando a causa do envelhecimento, como W20 e P20. Confira.
Iniciativas Inovadoras e Cooperativas
A Rede Geronto propôs a criação de redes de cooperação internacional para compartilhar experiências e práticas na gestão do envelhecimento. Essas redes seriam fundamentais para o desenvolvimento de modelos sustentáveis e culturalmente adaptáveis, que garantam qualidade de vida para os idosos em diferentes contextos nacionais. Além disso, foi sugerida a implementação de tecnologias que promovam inclusão digital e social, oferecendo aos idosos um papel ativo na sociedade contemporânea.
Conclusão: Um Chamado à Ação
O futuro do envelhecimento no Brasil e no mundo depende de ações concretas, informadas por uma visão global e adaptadas às realidades locais. A participação em fóruns como o G20 Social demonstra um avanço na conscientização sobre o tema, mas é necessário ir além. Transformar o envelhecimento em uma fase digna e plena exige investimentos em saúde, inclusão social, inovação tecnológica e educação intergeracional.
A questão do idoso no Brasil não é apenas um desafio demográfico; é um teste de nossa capacidade de construir uma sociedade justa, inclusiva e sustentável. Que esse seja o momento em que o Brasil assuma a liderança, mostrando que cuidar dos idosos é cuidar do futuro de todos nós.